5 de maio de 2022

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Durante o mês de abril, mês da conscientização do autismo, somos chamados para muitas palestras, lives e conversas sobre TEA e pessoas autistas.

Tenho lido, estudado e escrito muito sobre direitos e muito pouco sobre maternidade atípica.

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As propagandas sobre o Dia das Mães me fizeram refletir sobre o tema e gostaria de fazer algumas perguntas a todas as mães.

Como é ser mãe do garoto ou garota que não convida o coleguinha para sua festinha de aniversário?

Como é ser mãe da criança que vê seu coleguinha sozinho no pátio do recreio e não faz nada?

Como é ser mãe de filhos que estudam em um colégio que rejeita vagas para crianças que “atrapalham”?

Se a resposta for: “ah, eles são agressivos ou mordem. São ‘especiais’ e não sei como lidar”, gostaria de te convidar a refletir comigo.

Crianças atípicas não mordem simplesmente por morder. Morder pode ser a última saída de uma criança que se sente acuada, rejeitada e não compreendida. Como a sua em muitas situações.

Muitas pessoas falam da empatia do autista: são ou não são empáticos?

E você, mãe típica? Quantas vezes foi empática com uma mãe de um coleguinha “especial’ de seu filho ou filha?

Quantas vezes ligou para ela para perguntar como colaborar para que a adaptação dele em sala de aula possa ser mais inclusiva?

Quantas vezes pesquisou sobre como conversar com seu filho para compreender o coleguinha e colaborar para uma escola mais acessível?

O futuro cresce nos nossos lares.

Que futuro você quer para seu filho?

Se desejar um mundo diverso, colorido e empático é preciso que você, mãe típica, abrace a neurodiversidade e eduque seu filho para o acolhimento das diferenças.

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É psicóloga clínica, terapeuta de família, diretora do Centro de Convivência Movimento – local de atendimento para autistas –, autora de vários artigos e capítulos de livros, membro do GT de TEA da SMPD de São Paulo e membro do Eu me Protejo (Prêmio Neide Castanha de Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes 2020, na categoria Produção de Conhecimento).

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