21 de julho de 2022

Tempo de Leitura: 2 minutos

Quem nunca ouviu falar de Anne Frank? A jovem judia que viveu anos escondida no sótão de uma casa com sua família durante a perseguição nazista da II Guerra? Anne Frank morreu em um campo de concentração pouco antes do final da guerra.

Recentemente, o Centro Anne Frank de Educação lançou, em sua plataforma, trilhas educativas para diminuir preconceito, promover a reflexão dos fatos históricos e para a construção de valores éticos, morais e de igualdade.

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A história da jovem adolescente foi contada e recontada de diversas formas, inclusive em quadrinhos e uma outra ilustrada com linguagem infanto-juvenil.

No início da pandemia de 2020, imediatamente eu e meus clientes migramos para o modo on-line. De início, para muitos não sair de casa era confortável o suficiente para não se queixarem de nada. Pouco a pouco, a ansiedade foi tomando conta e a sensação de aprisionamento ganhando espaço.

Nada que já havíamos vivido na história recente poderia ser uma boa forma de ilustrar a necessidade do confinamento. Naquelas primeiras semanas, era vida ou morte.

Eu, sempre fã dos livros de Anne Frank (tenho todos e de todos os tipos), achei que a história da adolescente poderia ser palco de reflexão e aproximação com o que estávamos vivendo.

Bingo. Meninos e meninas, jovens adolescentes e até crianças tiveram Anne Frank como companhia durante algumas semanas de pandemia. Primeiro houve o espanto pela triste e real história e depois começaram os paralelos. A menina virou uma inspiração: muitos escreveram diários, outros agradeceram por poderem caminhar por suas casas, e outros viram o preconceito e a exclusão. Para um jovem em particular, passamos a estudar a II Grande Guerra e surgiu dali um homem pronto para assumir seu lugar na sociedade. Esse é o jovem que contei para vocês outro dia que disse: “Posso ir junto?”. Ele está junto: no cinema, nas voltas no shopping, nos aniversários. Anne Frank aliviou dores e solidão e, principalmente trouxe a sensação de finitude do sofrimento (de um modo ou de outro).

A história dela, narrada em diário, relata uma adolescência cheia de vida e desejos mesmo confinada. As disputas com a irmã, a paquera com o garoto que veio morar no sótão com a família e, principalmente os sonhos de uma vida livre e plena.

Indico muito olharem para Anne Frank como uma jovem capaz de nos auxiliar a enfrentar grandes desafios.

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É psicóloga clínica, terapeuta de família, diretora do Centro de Convivência Movimento – local de atendimento para autistas –, autora de vários artigos e capítulos de livros, membro do GT de TEA da SMPD de São Paulo e membro do Eu me Protejo (Prêmio Neide Castanha de Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes 2020, na categoria Produção de Conhecimento).

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