1 de dezembro de 2019

Tempo de Leitura: 2 minutos

Algumas crianças amam mastigar, morder e roer objetos. Mais do que isso, muitas precisam  mastigar, morder ou roer para se sentirem calmas, focadas ou reguladas.

A gama de coisas que podem ser levadas à boca é gigantesca. Golas de blusa, cabelos, dedos das mãos e pés, canetas, lápis, solas de sapatos, almofadas, borrachas e até mesmo concreto e drywall podem fazer parte da lista de preferência de algumas pessoas.

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A pergunta que não quer calar é: Por quê?.

É importante ter claro que morder objetos não alimentares não é “mau” em si. Levar objetos à boca e mordê-los muitas vezes faz parte da sequência natural de desenvolvimento, quando as crianças estão começando a explorar e aprender sobre as propriedades físicas do seu mundo nos primeiros um ou dois anos de vida.

Mastigar pode ser benéfico para as crianças mais velhas também. A grande entrada sensorial fornecida para a boca e mandíbula ao mastigar (conhecida como propriocepção) pode ajudar a acalmar o sistema nervoso quando superestimulado, nervoso ou oprimido. É justamente por isso que muitas pessoas roem as unhas quando nervosas ou ansiosas.

Morder objetos também pode ajudar a “acelerar” o sistema nervoso, quando entediado ou quando necessita de entrada sensorial adicional, especialmente se a criança é uma buscadora sensorial ou ficou sentada e inativa por um tempo. A mastigação também pode ajudar as crianças a se concentrar quando precisam, ou mesmo a bloquear as distrações e os elementos estressores no seu ambiente.

Embora possa ser boa em alguns casos, a mastigação pode se tornar um problema quando o foco nessa atividade chega a impedir que a criança seja capaz de participar ou realizar atividades diárias funcionais, tais como jogar usando as mãos ou realizar o autocuidado em tarefas como escovar os dentes, por exemplo.

O hábito de mastigar também pode se tornar uma questão de preocupação se causa autolesão (mastigando unhas ou pele até o ponto de sangramento), destruição de itens (como lápis, roupas ou móveis), ou se expõe as crianças a uma potencial asfixia ou intoxicação por materiais como pedaços de lápis, borracha ou mesmo drywall.

Então o que se pode fazer para ajudar a criança que precisa mastigar?

Aqui estão cinco dicas para ajudar as crianças que parecem mastigar tudo:

  1. Tente descobrir por que a criança leva objetos à boca.
  2. Proporcione mais oportunidades de estimulação sensorial pesada para todo o corpo, todos os dias.
  3. Proporcione oportunidades de aumento de entrada sensorial da boca ao beber com canudo e comer alimentos crocantes ou  que necessitem de mastigação intensa. 
  4. Forneça oportunidades para aumentar a entrada sensorial da boca através de itens não-alimentares seguros.
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professora, advogada, empresária e mãe em tempo integral do Érico, 13 anos, e da Bia, 9 anos. É apaixonada por criar recursos que facilitem a comunicação e a regulação emocional, melhorando assim a qualidade de vida de quem está no espectro do autismo e de toda a família, já que vive desafiando e superando as dificuldades impostas pelo autismo, mesmo antes do diagnóstico aparecer. Adora pizza, praia e risadas gostosas.

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