O autismo, como uma condição “invisível”, caracterizada por algumas diferenças na estrutura cognitiva do indivíduo, pode gerar, em pessoas que ainda não se aprofundaram no tema, alguns questionamentos. Um deles é em relação à necessidade de acessibilidade para a pessoa autista.

Primeiramente, é importante mencionar a Lei 12.764, de 27 de dezembro de 2012, nomeada “Berenice Piana”, lei federal que garante direitos às pessoas autistas, equiparados às demais pessoas com deficiência. Destaca-se, então, que o autismo é considerado um tipo de deficiência para todos os efeitos legais, desta forma, garantindo o direito à acessibilidade.

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A acessibilidade a ser oferecida e as adaptações a serem realizadas podem variar de indivíduo para indivíduo. Não há uma pessoa mais autista ou uma pessoa menos autista, e sim pessoas autistas com diferentes níveis de suporte e diferentes áreas em que podem demandar mais ou menos suporte.

Então, falar sobre a acessibilidade para uma pessoa autista pode significar desde promover a adequação de seu espaço de trabalho considerando possíveis impactos a níveis sensoriais como a intensidade da luz ou som no ambiente – dentre outros -, até a oferta de acessibilidade na comunicação ao tornar a informação a ser transmitida à pessoa autista mais objetiva e com uso de
recursos visuais, por exemplo. Por isso, a importância de ser considerada a individualidade de cada pessoa autista.

Sem esquecermos do quão importante é informar e capacitar o meio em que este indivíduo esteja inserido, com o objetivo de evitar que o desconhecimento sobre o tema e sobre as principais demandas de suporte possa prejudicar seu bem-estar e qualidade de vida.

A partir destas e de outras ações, conseguiremos com equidade proporcionar maior acesso de pessoas neurodivergentes ao mercado de trabalho e maiores chances de desenvolvimento destas nas organizações.

Andressa Destido dos Santos, Coordenadora de Inclusão Profissional na Specialisterne Brasil – empresa social que realiza a formação, inclusão e acompanhamento de pessoas autistas no mercado de trabalho na área de tecnologia. Com formação em Psicologia, Especialização em Reabilitação de pessoas com deficiência pelo HCFMUSP, Especialização em LIBRAS, e formação em emprego apoiado.