26 de setembro de 2023

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Crianças diagnosticadas com distúrbios do neurodesenvolvimento, como o autismo, enfrentam vários tipos de desafios na escola, inclusive o bullying. Essa situações são mais comuns em autistas, pois o espectro autista, em sua grande maioria, interfere nas áreas de comunicação e interação social.

Essa constatação pode ser e encontrada em diversas vidências científicas, nacionais e internacionais, demonstrando que o autismo é o principal fator de risco para a exposição ao bullying entre todos os distúrbios do neurodesenvolvimento.

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Cabe destacar que essa realidade não é nova, pois uma pesquisa canadense de 2011, concluiu que 77% das crianças no espectro do autismo relataram ter sofrido bullying. A pesquisa denominada: Bullying Experiences Among Children and Youth with Autism Spectrum Disorders”dos pesquisadores do departamento de psicologia da universidade de Toronto, no Canadá, M. Catherine Cappadocia, Jonathan A. Weiss e Debra Pepler, publicada em 2012 na renomada revista científica americana Journal of Autism and Developmental Disorders.

Na literatura internacional é possível identificar vários estudos sobre o assunto em todos os continentes, e pesquisas com alto grau de credibilidade metodológica, incluindo meta-análises e revisões sistêmicas.

No Brasil é possível encontrar várias estudos na mesma linha, a exemplo da pesquisa, que foi publicada em inglês: “Involvement of students with ASD in bullying according to multiple informants”, (que em tradução livre significa: Envolvimento de alunos com TEA no bullying de acordo com vários informantes) das pesquisadoras Carla Samya Nogueira Falcão, Ana Carina Stelko-Pereira e Dayse Lôrrane Gonçalves Alves, publicada na revista científica Educação e Pesquisa da Universidade de São Paulo (USP), em 2021.

A pesquisa concluiu que:

Um total de 30 pais (47,6%) afirmaram não saber se a criança havia sofrido bullying, enquanto 33 (52,4%) tinham conhecimento; 76% identificaram a criança como vítima, 21% como vítima-agressora, e 3% como agressor. Segundo os professores, 53% dos alunos com TEA não estavam envolvidos em situações de bullying, enquanto 47% dos professores relataram que crianças com necessidades especiais eram vítimas. Por fim, 63% dos estudantes declararam-se vítimas.

Cabe lembrar que as escolas e instituições de ensino precisam ter ações de combate e prevenção do bullying nos seus ambientes, segundo a lei 13.185/2015.

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Advogado, educador, professor e ativista. Mestrando em Direito, LLM em direito corporativo, pós graduação em direito do consumidor, civil e processo. Fundador da LigaTEA – Advogados que Defendem Autistas. Licenciatura em letras-português, consultor educacional, pós graduação em docência e metodologia da pesquisa científica, pós graduação em informática educativa, pós graduação em neuroeducação e pós-graduando em análise comportamental aplicada ao autismo. Pai do Benjamin (autista 9 anos).

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