1 de dezembro de 2023

Tempo de Leitura: 2 minutos

Estava aqui pensando em um assunto para essa coluna e fiquei meio confusa…Nada de novo! Como assim? Mas, é isso mesmo, estamos em um patamar de vida em que as coisas fluem, sem grandes percalços, de forma muito tranquila. Não quero dizer que estejamos em uma zona de conforto improdutiva, apesar de cômoda, mas sim que a vida está correndo como sempre, com altos e baixos, surpresas boas e ruins, enquanto nós vamos administrando em tempo real.

Há alguns anos, jamais poderia imaginar algo assim, tendo em vista o nosso dia a dia.

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Matraquinha

Ontem, por exemplo, tivemos uma tempestade muito grande. Ventos intensos, chuva muito forte, relâmpagos e trovões a granel. Bem, o Pedro não se impressionou mais do que eu, o que significa que não se impressionou nem um pouco. Ficamos até conversando (eu falando, ele ouvindo) em como o som dos trovões é bonito, imponente! Só que nossa história com tempestades (sem trocadilhos) é tempestuosa! Tinha que fechar toda a casa, portas, janelas e cortinas, ficávamos em um cômodo pequeno, sentados bem próximos em um sofá. De preferência com algum som – música ou tv – ligado e eu lhe assegurando, todo o tempo, que tudo estava bem, que eu estava ao lado dele, estava calma etc. Pedro ficava apavorado, transpirando, com taquicardia, completamente descompensado. 

O tempo passou e, sem percebermos como ou quando, as coisas mudaram completamente. Bom para todos nós, para o Pedro e para a família do Pedro. Não foi mágica, claro, muito empenho colocamos nesse processo, e surtiu um magnífico efeito!

Esse é um dos meus mantras, sabem? As coisas sempre tendem a melhorar, desde que nos empenhemos ao longo do tempo. E, se pensarmos bem, em tudo na vida o processo é mais ou menos esse. Determinar metas, verificar quais as estratégias a serem utilizadas e ir à luta. 

Meu filho é autista, nasceu autista, vai morrer autista. Mas ele tem percorrido um longo trajeto dentro do espectro, e, atualmente, a qualidade de vida dele é muitíssimo melhor do que já foi. Pode ficar ainda melhor? Possivelmente.  Vamos continuar investindo? Seguramente. E então? Bem, como diz a velha canção, “que será, será”!

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É casada e mãe de dois filhos, sendo o mais moço autista severo. Formou-se em odontologia, exerceu a profissão até 2006, quando decidiu dedicar-se integralmente ao filho.

Aguce os sentidos

A importância de acolher as pessoas com o transtorno do espectro do autismo (TEA)

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