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Uma reportagem apurada pelo Metrópoles e publicada nesta sexta-feira (2) conta que a professora Cristiane Martins D’Avila de Carvalho, diagnosticada com autismo e classificada como nível 1 de suporte, enfrentou uma situação injusta ao ter sua posse, obtida em concurso público da Secretaria de Educação do Distrito Federal, anulada pela Junta Médica da Subsecretaria de Segurança e Saúde no Trabalho (Subsaúde). A junta não reconheceu Cristiane como pessoa com deficiência (PCD), apesar do diagnóstico de autismo.
O caso repercutiu com rapidez dentro da comunidade do autismo, com publicações sobre o caso. A educadora Jéssica Borges argumentou que “autismo é deficiência para todos os efeitos legais desde 2012. A junta médica que tem passado essa recomendação para as bancas de concurso e universidades estão violando direitos, prática ilegal!”.
O influenciador e estudante de psicologia Wallace D’Lira defendeu que existe uma subestimação das dificuldades de autistas níuvel 1. “Procurem a denominação que quiser, mas não digam que é fácil. Só quem vive sabe ‘o peso do autismo leve’. As maiores taxas de tentativas de atentado contra a própria integridade, está em autistas nível 1 de suporte. Nós vivemos uma vida inteira praticando camuflagem social por medo de retaliações. A nossa mente vive em estado de alerta, e muitos acabam desenvolvendo comorbidades terríveis”, afirmou.
O Movimento Orgulho Autista Brasil (MOAB), na reportagem, relata que ao menos 11 candidatos autistas também foram prejudicados no mesmo concurso. A professora, apesar da situação no DF, é concursada efetiva no estado de Goiás como PCD. O MOAB alerta sobre casos em que candidatos autistas são aprovados, nomeados, e depois, na Junta Médica, são considerados não PCDs, ficando fora das vagas reservadas.