13 de julho de 2024

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Hoje, 13 de julho, é o Dia Mundial do Rock. Essa data foi escolhida para a celebração por relembrar o aniversário do festival beneficente Live Aid, que arrecadou mais de 100 milhões de dólares em 1985. O evento reuniu cerca de 72 mil pessoas no Wembley Stadium, em Londres, e 90 mil no JFK Stadium, na Filadélfia (Estados Unidos). Além disso, 1 bilhão de pessoas em 100 países acompanharam os shows ao vivo por TV e rádio. O Live Aid, aliás, contou com a presença de nomes consagrados do gênero musical, como Mick Jagger e David Bowie.

A comemoração vem quatro dias depois do aniversário da cantora e compositora Courtney Love, que é uma mulher autista e um dos nomes femininos mais emblemáticos do rock. Ela é viúva do roqueiro Kurt Cobain, líder do Nirvana, e foi vocalista da banda Hole, trabalho que lhe rendeu três indicações ao Grammy Awards, prêmio mais importante da música. Além disso, ela é atriz e foi indicada ao Globo de Ouro de Melhor Atriz Coadjuvante, pelo filme “O Povo Contra Larry Flynt”. Nos anos 2010, apareceu em várias séries de TV, como “Revenge” e “Filhos da Anarquia”. Em 2020, a revista NME a premiou como uma das cantoras mais influentes da contracultura nos últimos 30 anos. Atualmente, ela trabalha em um novo álbum e em um futuro livro de memórias.

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O que poucos sabem é que Courtney recebeu o diagnóstico de autismo de alto funcionamento (nos termos da época) em 1973, quando estava com nove anos de idade. Algumas características que levaram a essa conclusão médica foram atraso na fala, defensividade tátil, explosões de raiva sem motivo aparente e falta de interação com os colegas de escola. Afinal, ela tinha apenas uma amiga imaginária na época.

Eu, que sempre me identifiquei com as letras fortes e poéticas da artista, estou trabalhando em um livro sobre a trajetória de Courtney Love. Além disso, em parceria com a Revista Autismo, o Mundo Autista está trabalhando em uma série de reportagens sobre a história de vida da cantora, sob as lentes do conhecimento sobre autismo. Dessa forma, a série trará três reportagens na Revista Autismo, além de conteúdo online em texto e vídeo. Estou muito empolgada com esse novo projeto. 

Falar sobre a trajetória de Courtney por essa ótica e com o conhecimento atual é um sonho antigo. Isso porque, ao analisarmos os comportamentos polêmicos e a obra provocativa da artista por uma nova perspectiva, é possível alcançar um maior entendimento sobre várias das questões que moldam ou afligem a vivência das mulheres autistas hoje. Estou muito empolgada!

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Jornalista, escritora, apresentadora, pesquisadora, 24 anos, diagnosticada autista aos 11, autora de oito livros, mantém o site O Mundo Autista no portal UAI e o canal do YouTube Mundo Autista.

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