Graduada em Direito pela Universidade Ibirapuera e com especializações em Intervenções Precoces no Autismo e Direito e Inclusão da Pessoa com Deficiência pelo Centro Universitário Celso Lisboa, Carla Bertin é ativista com uma década de participação na comunidade do autismo. Depois de descobrir o autismo do filho, passou a trazer informações sobre direitos dos autistas com o Autismo Legal, projeto pelo qual é conhecida. Em entrevista ao podcast Espectros lançada nesta sexta-feira (25), Carla abordou sua trajetória e percepção sobre temas relacionados ao autismo.

Um dos temas abordados pela entrevistada foi a diferença de oportunidades e acesso a recursos pelas famílias. Ela se lembrou de um congresso que a marcou. “Ali a gente tinha os melhores profissionais do Brasil e de fora do Brasil, as famílias com maior poder aquisitivo do Brasil participando desse evento. Eram famílias que podiam pagar profissionais, que tinham o WhatsApp do médico, do terapeuta, mas eu tinha que falar a respeito de políticas públicas para as pessoas que não estavam ali. Em muitos momentos eu saía do evento e ia para a sala dos palestrantes para chorar, porque eu falava: Aqui a gente tem uma parcela da sociedade que não é a representação do que é o Brasil de verdade. De milhares de famílias que estão em casa e que nem sabem que existem essas coisas que a gente está falando aqui”, contou.

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Ela também contou como surgiu o Autismo Legal e o impacto na comunidade. “A gente nunca pretendeu e nunca sonhou que o autismo legal tivesse a relevância que ele tem, e alcançasse tantas pessoas. Eu acredito de fato que esse é um projeto que Deus deu para a nossa família e a gente leva isso com muito carinho… com muito amor e com muita responsabilidade. Porque a gente não tem ideia de quantas famílias foram impactadas e no fim das contas a gente faz parte da vida de tantas famílias assim”, acrescentou.

O Espectros é o podcast de entrevistas da Revista Autismo / Canal Autismo (acesse http://canalautismo.com.br/espectros). Mensalmente, o jornalista Tiago Abreu recebe as pessoas que constroem a comunidade do autismo no Brasil para saber mais sobre estes indivíduos além da história, seja familiar, profissional ou pessoal com o diagnóstico.