Até 2022, quando a Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-11) passou a entrar o vigor, o Dia Internacional da Síndrome de Asperger era comemorado todo 18 de fevereiro. Mas, no Brasil, a implementação da CID-11 ocorre gradualmente. O Ministério da Saúde ainda não concluiu a transição para a nova classificação em todos os sistemas de saúde, o que faz com que muitos diagnósticos ainda sejam registrados conforme a CID-10. Em janeiro, o órgão informou que a CID-11 só entrará em vigor no ano de 2027.

Uma reportagem da Agência Brasil, publicada no Dia Internacional da Síndrome de Asperger, abordou o desuso do diagnóstico de Síndrome de Asperger em favor da noção de espectro do autismo. Leonardo Sampaio, estudante de psicologia, autista e um dos entrevistados, defendeu que um dos pontos positivos do fim do uso de Asperger esteja no estigma em torno das atitudes de Hans Asperger durante a 2ª Guerra Mundial. “Criava uma espécie de hierarquização e diferenciação dentro do diagnóstico, algo que, não à toa, quando analisamos a raiz do nome, descobrimos que o termo síndrome de Asperger foi uma homenagem a um médico que colaborou com o regime nazista e com a ideia de eugenismo, na busca pela raça perfeita”, disse.

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O divulgador científico e youtuber Willian Chimura também aproveitou a data para abordar o cenário de transição em torno do diagnóstico, com a ênfase de que a noção de níveis de suporte, atualmente utilizada com base no DSM-V, não é a única forma para se entender o autismo, mesmo que parte das pessoas autistas antes diagnosticadas com Asperger utilizem a expressão “autismo de nível 1 de suporte”.

Já o jornal O Globo produziu uma lista de celebridades diagnosticadas com Asperger. Entre eles, o empresário Elon Musk, o ator Anthony Hopkins, a ativista Greta Thunberg e a cantora Susan Boyle.