7 de março de 2025

Tempo de Leitura: 2 minutos

As pessoas estão cada vez mais distraídas e menos produtivas. Uma pesquisa realizada por uma universidade da Califórnia mostrou uma queda significativa no nível de concentração das pessoas. O estudo apontou que o tempo médio de foco de um indivíduo em frente a uma tela caiu de 2,5 minutos em 2004 para apenas 47 segundos em 2021. A falta de concentração pode ser um problema, pois afeta o desempenho no trabalho e até mesmo as decisões do dia a dia.

Existem várias razões por trás da queda na capacidade de foco das pessoas. Elas podem variar desde fatores macroambientais, como poluição e mudanças climáticas, até fatores microambientais, como o vício em celular. A ciência já comprovou que o uso excessivo de aparelhos eletrônicos vem causando danos cerebrais desde a infância e contribuindo para o surgimento precoce de doenças degenerativas, como Alzheimer e demência.

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Além disso, essa falta de concentração impacta diretamente os níveis de leitura da população. Pela primeira vez, o Brasil tem mais pessoas não leitoras do que leitores regulares, conforme demonstrado na pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, realizada pelo Instituto Pró-Livro.

Quais as consequências para as pessoas autistas?

A falta de concentração não é um problema exclusivo de pessoas neurotípicas (como são chamadas aquelas que não são neurodivergentes), mas também afeta indivíduos com Transtorno do Espectro Autista (TEA). O autismo é uma condição neurológica que não tem cura e provoca alterações em diversas áreas do cérebro, incluindo aquelas responsáveis pelas emoções.

Lidar com as emoções pode ser uma missão árdua para pessoas autistas, tornando-se ainda mais desafiador diante de imprevistos. A exposição a múltiplos estímulos e o esgotamento social podem intensificar a falta de foco, resultando em sentimentos como raiva, frustração e irritação quando uma tarefa planejada não ocorre conforme o esperado.

Essas reações extremas podem, inclusive, servir como gatilhos para crises de shutdown e meltdown. Segundo o artigo da colega Sophia Mendonça, publicado aqui na Revista Autismo, o shutdown é um estado de sobrecarga sensorial que leva o autista a um “apagão” momentâneo, enquanto o meltdown representa o oposto: uma crise explosiva caracterizada por acessos de raiva e fúria como resposta a estímulos sensoriais ou emocionais extremos.

Como organizar o ambiente para ser mais produtivo

Diante dos inúmeros desafios que prejudicam a produtividade, a boa notícia é que existem estratégias para gerenciar compromissos e otimizar o tempo. Uma das principais soluções é a organização, que pode ser facilitada pelo uso de aplicativos de gerenciamento de tarefas, tais como:

  • Trello
  • Notion
  • Google Agenda
  • Evernote

Essas ferramentas estão disponíveis tanto na versão online quanto para dispositivos Android e iOS. Além de ajudarem no desempenho profissional e acadêmico, também podem ser úteis para lembrar de tarefas simples, como beber água ou escovar os dentes.

Cinco dicas para melhorar a sua produtividade

Antes de concluir este artigo, deixo cinco dicas essenciais para ajudar você, seja atípico ou neurotípico, a melhorar seu ambiente de trabalho ou estudo:

  • Escreva sempre à mão para reforçar a memorização.
  • Escolha um ambiente silencioso para estudar.
  • Mantenha o celular em outro cômodo para evitar distrações.
  • Defina um tempo de estudo com pausas programadas.
  • Utilize playlists instrumentais ou sons da natureza (chuva, mar, floresta) para melhorar a concentração.

Ao adotar essas práticas, é possível tornar a rotina mais organizada e produtiva, favorecendo tanto o bem-estar quanto o desempenho no dia a dia.

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Jornalista, autista e ativista na luta antirracista.

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