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O conceito de neurodiversidade tem sido amplamente discutido entre autistas, famílias, associações e profissionais. O termo surgiu a partir da socióloga australiana Judy Singer, como um movimento do final dos anos 1990 colocando o autismo no patamar de ‘condição’ e não mais como doença.
De lá para cá, muitos profissionais passaram a ouvir seus clientes autistas e começaram a entender que dar ouvidos a essas vozes era o caminho para a compreensão e consequentemente mais ferramentas de suporte.
Abaixo, alguns pontos relevantes que mudam com a visão da neurodiversidade.
MODELO MÉDICO | O QUE MUDA | NEURODIVERSIDADE |
PERSEVERAÇÃO EM TEMAS NÃO COMUNS | COMUNICAÇÃO | HIPERFOCO |
ESTEREOTIPIAS | AUTO REGULAÇÃO | STIMS – (*) |
REABILITAÇÃO | SUPORTE | AUTO-CONHECIMENTO |
CURA/MELHORA | ACESSIBILIDADE | DIVERSIDADE |
DOENÇA | COMPREENSÃO | CONDIÇÃO |
(Ayub, P. 2022)
A visão neurodiversidade enriquece nossas ferramentas, nosso suporte e retira o autista do lugar de quem tem déficits. A tríade do autismo de Lorna Wing foi baseada nos prejuízos da comunicação, interação social e flexibilidade e vida imaginativa. O que era incapacidade, atualmente é compreendida como forma de funcionamento cerebral divergente. Nesse sentido, deixamos de arrumar, concertar, reabilitar, para oferecer acesso e suporte: acessibilidade de comunicação, sensorial, curricular, e todas as que pudermos oferecer.
É necessário legitimar o saber do autista. Eles nos trazem um conhecimento silenciado por longas décadas, quando acreditávamos que eram pessoas que precisavam se adaptar ao mundo típico.
É necessário aceitar a diversidade. Ela não está exclusivamente no modo de funcionamento cerebral; está nas escolhas, nas culturas, nas religiões, no gênero e, esse é nosso mundo: colorido e plural.
É necessário entender que autistas não são anjos e não são azuis. São seres humanos sexuais, com direitos e que abrange os sexos biológicos e todas as construções de gênero.
Ouvir a voz do autista é aprender e construir caminhos de acessibilidade.