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No passado mês de abril, mês da conscientização do autismo, tivemos inúmeras iniciativas de conscientização.
A campanha nacional “Mais informação, menos preconceito” repercutiu em todo o Brasil, e trouxe mais conhecimento sobre o transtorno do espectro do autismo (TEA) para o povo brasileiro em forma de caminhadas, eventos e outros projetos voltados para o autismo.
A importância dessa data é imensa. Ainda que nós, das comunidades TEA, falemos de autismo o ano todo, o mês de abril sempre nos traz mais reconhecimento público.
Apesar de ter sido positivo, em geral, outro fenômeno — inesperado na época de protagonismo do autismo — surgiu em vários municípios do Brasil: os pedidos de socorro de pais e mães de autistas às suas respectivas prefeituras e secretarias de educação para a inclusão escolar.
Mães de diversas cidades buscam redes de divulgação para dar-lhes espaço, a fim de serem ouvidas pelas autoridades municipais responsáveis pela inclusão de seus filhos autistas nas escolas públicas e privadas. Algumas dessas mães estão sozinhias, sem o aval de uma associação de TEA da cidade, e buscam as redes sociais como último recurso.
“Os governantes da cidade só cuidaram das escolas por fora; dentro, há falta de mediadores capacitados a acompanharem alunos autistas…”, diz Lena Ribeiro, mãe de autista, ativista de Manaus, após participação em audiência pública na cidade.
A insatisfação das famílias de autistas reflete-se no feedback de várias outras que se manifestam em redes sociais ou em redes municipais de tv: a inclusão é falha e os municípios não se interessam em ceder os direitos aos autistas, conforme o estabelecido nas leis 12.764, de 2012, e a 13.146, de 2015 — a Lei Brasileira de Inclusão.
Um dos pontos mais citados pelas famílias é o da ausência de professor de apoio, responsável pelo aprendizado adaptado do aluno autista que o necessita. Algumas mães citam a “brecha” na lei federal 12.764, que menciona o profissional de apoio, o que daria margem à interpretação deste como um cuidador, ou estagiário — como muitas escolas oferecem no lugar do professor que os autistas precisam para permanecerem em sala de aula, responderem a situações que envolvem a comunicação social e acompanharem o aprendizado pedagógico.
As famílias temem que a situação não mude sem a compreensão, por parte das escolas e secretarias de educação, das especificidades do TEA-, como são as deficiências invisíveis de muitos alunos autistas.
Portanto, a luta não termina, ao contrário, só aumenta visto que os pais e mães de autistas da atualidade já compreenderam que têm direitos e não admitirão essa forma de exclusão.