22 de novembro de 2021

Tempo de Leitura: 2 minutos

Por Marilia Morande

Terapeuta Ocupacional. Conselheira Estadual de Santa Catarina da ONDA-Autismo, Especialista em Neurologia e pós-graduada em Psicomotricidade.

 

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A Integração Sensorial (IS) é uma técnica de tratamento que foi preconizada pela terapeuta ocupacional Jean Ayres. Inicialmente foi dirigida a crianças que apresentavam distúrbio de aprendizagem e atualmente a sua utilização se ampliou também as disfunções neurológicas. A integração sensorial é baseada na teoria que trata a forma como os humanos desenvolvem a capacidade de organizar sensações para o propósito de executar atividades auto dirigidas e significativas. Sua base está nos estudos neurocomportamentais.

Ayres define a integração sensorial como sendo a organização de informações sensoriais, proveniente de diferentes canais sensoriais e a habilidade de relacionar estímulos de um canal a outro, de forma a emitir uma resposta adaptativa. Para Ayres resposta adaptativa é uma ação apropriada na qual o indivíduo responde com sucesso a alguma demanda ambiental.

Uma explanação de como a criança desenvolve a capacidade de organizar seu próprio comportamento é central para a teoria. Esse processo de organizar a informação sensorial no cérebro para promover respostas adaptativas é o que Ayres chamou de Integração Sensorial.

Levando em consideração que cada criança é única e o seu comportamento está diretamente direcionado a maneira como ela recebe, processa e integra as informações sensoriais pelos sete sentidos: visual, auditivo, gustativo, olfativo, tátil, proprioceptivo e vestibular, esse processo neurológico é capaz de organizar as sensações do próprio corpo e do ambiente, tornando possível essa importante relação entre ambos.

Estudos recentes mostram que mais de 90% das crianças com autismo apresentam déficits no processamento sensorial, o que acaba interferindo significativamente em suas habilidades de interação com o mundo. Entender como a criança processa a informação sensorial é de extrema importância para auxiliá-la no dia a dia.

Tratando-se do diagnóstico precoce de autismo observa-se os sinais de disfunção sensorial muito presentes, os quais muitas vezes levam os pais a busca por tratamento. Visto que o transtorno do processamento sensorial impacta o desempenho funcional destas crianças na realização das atividades da vida diária, bem como dificulta a dinâmica de seus familiares.

O terapeuta ocupacional é o profissional que utiliza desta abordagem terapêutica que compreende a criança do ponto de vista do processamento sensorial e do seu funcionamento autônomo.

Cabe ao terapeuta ocupacional que utiliza dos procedimentos de Integração Sensorial preparar o ambiente que conduza a criança a organizar sua própria conduta, encorajando-a e estimulando-a ou não para que ela vença seus próprios desafios e as suas atividades sejam realizadas com êxito.

Referências

AYRES, A.J. Sensory integration and leaming disorders. Los Angeles, 1972.

CARVALHO, Ligia Marida de Godoy. Ciclo Integrado de Estudos em Saúde e Educação. Itatiba 2009.

REINOSO, Gustavo; BLANCHE, Erna Imperatone. Déficit de procesamiento sensorial en el espectro de autismo. 2009.

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