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Como desconstruir o comportamento e entender o motivo dele acontecer
A Análise do Comportamento Aplicada (ABA, da sigla em inglês Applied Behavior Analysis) é uma ciência de aprendizagem cujas técnicas são indicadas para o tratamento de pessoas com desenvolvimento atípico, especialmente o autismo. Assim como o próprio nome diz, a ABA pode ser utilizada para modificar um comportamento inadequado e ensinar novos comportamentos para qualquer pessoa, especialmente aquelas que estão no espectro.
De acordo com a psicóloga e especialista em autismo e análise do comportamento Chaloê Comim, aplicar técnicas da ABA não é uma tarefa simples, e exige cuidado, especialização e ajuda/apoio profissional. “Ciência é para todos, mas não é algo simples e nem fácil, principalmente quando falamos de manejo de comportamento humano. É muita responsabilidade alterar o desenvolvimento de uma pessoa, porque eu posso piorar tudo se eu não souber o que estou fazendo. Aplicar ciência, como a ABA, ao desenvolvimento humano é o melhor caminho, mas exige seriedade, compromisso, estudo, ética e humanidade”.
No que diz respeito ao comportamento, é preciso trabalhar com uma série de processos que vão desde a observação do indivíduo até a criação e mensuração de estratégias específicas para modificar ou ensinar um novo comportamento. Neste artigo, vamos explicar mais sobre esse aspecto, que está abordado no material disponível para download no CIA Autismo: análise funcional/ avaliação funcional do comportamento.
O ‘ABC’ do comportamento
Um dos princípios para entender a análise do comportamento é o que chamamos de ‘ABC’ do comportamento. Termo derivado também das siglas em inglês, ele é formado da seguinte forma:
(A)ntecedent ——> (B)ehavior ——> (C)onsequence
Antecedente ——> Comportamento ——> Consequência
Basicamente, essa estrutura define a forma como todos os comportamentos funcionam. O que significa que sempre existe um antecedente – algo que antecede o comportamento – o comportamento em si é uma consequência que ocorre logo em seguida e pode se tornar um reforçador para que aquele comportamento continue acontecendo no futuro.
De um modo prático, vamos imaginar o seguinte cenário: a criança está na escola, mas não quer mais assistir a aula de matemática e resolver os exercícios. Então, ela começa a chorar e jogar os objetos da carteira no chão. Ao presenciar a situação, o auxiliar de educação inclusiva a retira da sala e leva para o pátio da escola, onde ela pode brincar. Após esse episódio, ela começa a chorar e jogar o material no chão com frequência, para conseguir sair da sala e ser levada ao pátio.
Neste caso dividimos o ABC do comportamento da seguinte forma:
Sem observar esse aspecto, é impossível conseguir modificar e ensinar novos comportamentos, uma vez que a observação e avaliação do comportamento é o primeiro passo nesse processo. No material disponível, tem um modelo para observação e anotação de análise funcional para preencher.
Entendendo a função do comportamento
Seja adequado ou inadequado, todo comportamento tem uma função e acontece por um motivo. Quando o comportamento acontece para gerar uma consequência, isso significa que ele está sendo reforçado. Esse reforço pode ser:
- Social: elogios, atenção etc
- Tangível: sempre que se comporta daquela forma, a pessoa ganha algo que queria: um doce, um brinquedo etc
- Se esquivar ou fugir de algum lugar ou atividade: como no caso da aula de matemática do exemplo acima
- Reforço auto estimulatório: se acalmar, sentir uma sensação agradável. Esse reforço normalmente está ligado às estereotipias
- Conseguir o controle do ambiente
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Créditos: Gabriela Bandeira | Chaloê Comim.
Crédito da Imagem: Reprodução Portal CIA Autismo.