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Por Júlia Mourão
Diante da variedade de quadros de Transtorno do Espectro Autista (TEA), o DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) estabeleceu uma classificação de gravidade do autismo em 3 níveis de suporte, sendo o nível 1 o que precisa de menos apoio e o nível 3 o que precisa de mais apoio. Nesse sentido, o estudo piloto do MAB (Mapa Autismo Brasil), feito no Distrito Federal, que analisou o perfil de 1.699 autistas, mostrou uma distribuição de níveis de suporte de 56,15% no nível 1, 31,08% no nível 2 e 7,65% no nível 3.
As comorbidades são condições clínicas associadas ao TEA, que acrescentam sinais e sintomas ao indivíduo. De acordo com o DSM-5, 70 a 80% dos autistas apresentam pelo menos 1 comorbidade, e cerca de 40% apresentam 2 ou mais comorbidades. Ademais, a pesquisa do MAB também revelou as comorbidades prevalentes no público participante, sendo as mais comuns o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), com 30,96%, transtornos de depressão e ansiedade, com 28,43%, e altas habilidades/superdotação (AH/SD), com 17,30%.
A classificação do autismo em níveis de suporte é fundamental para a elaboração de planos de tratamento personalizados, apesar de os níveis não serem fixos durante toda a vida e em todos os contextos do autista. Além disso, as comorbidades podem influenciar na determinação do nível de suporte em que se encontra, podendo até ser identificadas e diagnosticadas antes do próprio TEA. Portanto, além dos níveis de suporte, o TEA, muitas vezes, tem condições clínicas associadas que o caracterizam em cada indivíduo, tornando-o um autista único.
Júlia Mourão é estudante de medicina, mineira, pesquisadora do Mapa Autismo Brasil (MAB). Tem interesse na prática médica e em pesquisa, ama ciência e a área da saúde.