Tempo de Leitura: < 1 minuto
Na semana em que lancei o Amanda no Espectro 6 com a ativista, mãe e neurodivergente Luciana Viegas no qual enalteço seu trabalho no Instagram pelas arrobas @UmaMaePretaAutistaFalando e Vidas Negras com Deficiência Importam (@vndi.brasil), me deparo com a própria (no mesmo Instragram) discursando na ONU em Nova Iorque!
A braba estava lá no Fórum Permanente de Afrodescendente. Era a primeira vez que um movimento negro com deficiência discursava no evento. “Não há como pensar em reparação se não incluir 10% da população mundial que tem alguma deficiência. Em que a maioria deles são pessoas afrodescendentes, que não tem acesso à saúde, educação, justiça e têm seus principais direitos violentados. Pessoas negras com deficiência existem, lutam e resistem!”, enfatizou ela, colocando o dedo na ferida enquanto discursava.
Pioneira no assunto, Luciana começou a falar de sua vivência enquanto mãe preta autista de um filho também autista muito pela necessidade de informação que ela mesma não encontrava. Seu diagnóstico veio depois do de seu filho (como muitas mães).
Em sua entrevista ao Amanda No Espectro, Luciana ressaltou que as pessoas autistas negras não são vistas e “penou” para achar uma profissional que a validasse. Ao encontrar uma neuropsicóloga que “pensava raça” no processo de diagnóstico, Luciana finalmente sentiu-se acolhida e aliviada. “A minha história não é sozinha. Conheço outras mulheres negras autistas que contam a mesma história”, afirmou. E completou ao parafrasear Angela Davis: “O autismo no Brasil tem gênero, raça e classe: é um homem branco rico”.