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Recentemente o Senado Federal fez um post sobre o artigo 3º da Lei 13.185/15 de combate ao bullying elencando as diversas formas de agressão. O tema vem sendo debatido, escrito, estudado e publicado há décadas e ainda é um grande desafio em nossa sociedade.
Autistas de um modo geral são alvo certeiro dos bullies, jovens preconceituosos, muitas vezes com questões importantes de saúde mental e, não raramente, acostumados a diálogos segregacionistas nos diversos contextos que vivem.
A Lei da campanha de combate é de 2015 e vem sendo retomada atualmente, pela gravidade da situação nas escolas, e você pode encontrar diversos vídeos para trabalhar nas escolas e, principalmente conversar com seu filho em casa .
Segundo o artigo 3º essas são as mais variadas formas de bullying:
“A intimidação sistemática ( bullying ) pode ser classificada, conforme as ações praticadas, como:
I – verbal: insultar, xingar e apelidar pejorativamente;
II – moral: difamar, caluniar, disseminar rumores;
III – sexual: assediar, induzir e/ou abusar;
IV – social: ignorar, isolar e excluir;
V – psicológica: perseguir, amedrontar, aterrorizar, intimidar, dominar, manipular, chantagear e infernizar;
VI – físico: socar, chutar, bater;
VII – material: furtar, roubar, destruir pertences de outrem;
VIII – virtual: depreciar, enviar mensagens intrusivas da intimidade, enviar ou adulterar fotos e dados pessoais que resultem em sofrimento ou com o intuito de criar meios de constrangimento psicológico e social.”
O bully, aquele que pratica o bullying, necessita de assistência, tanto quanto quem ele ataca.
As famosas frases, brincadeira de criança ou, na minha época isso não tinha nome, são formas de minimizar o problema que hoje atinge milhares de pessoas e tem aberto brechas para ataques às escolas, inclusive. Outra forma de amenizar fato tão grave é trazer o jargão à tona: cada um tem sua opinião e pode expressá-la. Claro, desde que não seja ofensiva e muito menos sistemática.
Para a turma de que bullying é mimimi, gostaria de salientar que esse é tipicamente o contexto que favorece ao bully sua justificativa para perseguir quem quer que seja. Traduzindo para o português, estamos falando de agressores e vítimas. Acredito que com essas palavras passaremos para um nível mais amplo de compreensão da gravidade do que estamos falando.
No Roda de Familiares de autistas do TEAMM-UNIFESP, temos conversado muito sobre assumir o diagnóstico ou não assumir publicamente. Entendo que em muitas situações, assumir um diagnóstico é receber um rótulo que irá lhe acompanhar para o resto de sua vida. Assim como seu nome, sua orientação sexual, sua identificação de gênero, a cor da sua pele, sua nacionalidade, suas características corporais, enfim, tudo sobre você. A diferença ao assumir o diagnóstico é que você deixa de ser “diferente”, “esquisito” e passa a ser quem você é.
Isso aplaca o agressor? Não, mas te fortalece.
Outro grupo que precisa ser fortalecido, é o das testemunhas. O código entre os alunos sobre não ‘dedurar ninguém’ precisa terminar quando falamos de agressores e vítimas. Testemunhas fortalecidas são uma importante proteção contra a violência sofrida pelas vítimas de perseguição, intimidação e humilhação.
Sim, bullying significa tudo isso.
Fortalecer a vítima, fortalecer as testemunhas, conversas em casa, denúncias e limite zero das escolas aos agressores são políticas que podem colaborar para a construção de uma sociedade menos violenta.
Estejamos atentos: o isolamento do autista, nem sempre é responsabilidade somente dele. O bullying social ocorre até mesmo quando você mãe, concorda com seu filho em não convidar o amiguinho para a festa de aniversário porque ele é diferente, está praticando e incentivando esse tipo de violência.
Não basta não praticar a violência, temos de denunciá-la.