15 de dezembro de 2020

Tempo de Leitura: 2 minutos

O que me recomenda para escrever esses pequenos artigos na Revista Autismo, uma vez que não sou especialista em nada, só pode ser a experiência de 29 anos com um filho dentro do TEA, desde os primórdios, nos idos dos anos ´90. Portanto vamos a mais um pouco da nossa vida.

Sou otimista, mas insistente, por isso nunca desisto de estimular meu filho. Aos 29 anos ele ainda aprende, desde que corretamente estimulado. Claro, minhas expectativas são realistas. Pedro não fala, não adianta dar murro em ponta de faca. Mas se comunica, portanto, como não sou eterna, uma das minhas metas é fazer com que ele se comunique de uma forma razoavelmente “universal”. 

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Matraquinha

Nos idos dos anos ´90, técnicas de  comunicação alternativa eram tidas como contraproducentes aqui no Brasil, portanto desenvolvemos nosso método pessoal. Nessa altura do campeonato tentar fazer com que ele aprenda libras ou PECs, por exemplo, e desaprenda o que construímos ao longo dos anos seria altamente equivocado.  Agora temos que transformar nosso “método” em algo bem lógico, para que seja de fácil entendimento para quem não pertença ao nosso círculo íntimo.

Pedro vem se abrindo para o mundo, explorando novas possibilidades, no que é bem estimulado por nós, meu marido e eu. A ideia é: deixe o guri solto, ele que veja o que quer fazer. E ele tem buscado seus objetivos, seja uma bolacha no pote na despensa, seja um sol e céu azul no quintal de casa. Quando ele precisa, não se inibe em vir pedir auxílio. O que acho importante frisar é que nem sempre as coisas são assim. Às vezes parece que ele se acomoda, o que me deixa num misto de tristeza e irritação, mas esses momentos são cada vez mais raros atualmente. 

Devo dizer que essa pandemia, nos colocando em quarentena, ajudou nesse processo, já que estamos muito mais tempo juntos e Pedro precisa se virar, eheh. Também gostaria de dizer que Marie Dorion e Eric Hamblen foram fundamentais, nos orientando no método “AT EASE Parenting and Learning Model”. E, com isso, devo salientar que estudar e procurar sempre é preciso. Agora, aos 66 aninhos, já não sou tão compulsiva nessa busca, mas sempre procuro ferramentas que auxiliem o desenvolvimento do Pedro. 

Em resumo, o ideal é termos um objetivo, o mais realista possível. Mas, notem bem, o que hoje é um objetivo realista aqui em casa, já foi um sonho quase impossível anos atrás. Sempre devemos ter em mente que a vida é dinâmica, que a fila anda, etc e tal. Grande abraço, pessoal.

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É casada e mãe de dois filhos, sendo o mais moço autista severo. Formou-se em odontologia, exerceu a profissão até 2006, quando decidiu dedicar-se integralmente ao filho.

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