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Episódio cíclico na vida de milhões de brasileiros, o Exame Nacional do Ensino Médio, ou ENEM, conhecido por sua complexidade, representa níveis adicionais de dificuldade para pessoas com deficiência. No prisma do autismo, múltiplas variáveis podem ser vistas como impeditivos na prova para pessoas no espectro. Contudo, é evidente o esforço das últimas edições para abrigar pessoas com deficiência com maior conforto.
Tendo em vista a gigantesca pressão sobre cada participante, determinado grau de estresse é inevitável. Porém, tratando-se do autismo e suas especificidades individuais, o estresse pode tornar-se incapacitante. Essa questão já foi relatada amplamente por todo espectro em provas anteriores, mas o despreparo institucional é notório no tratamento com pessoas de grau mais avançado do transtorno, que podem não ter suas necessidades especiais respeitadas por conta do padrão organizacional do exame.
Ao antecipar situações como esta, pessoas com deficiência são alocadas para prestar a prova em instituições específicas e profissionais propriamente instruídos. Mesmo assim, é inevitável que candidatos com comportamentos não vistos como habituais pela instituição, como pessoas com transtorno epilético, candidatos ruidosos, falantes de libras, entre outros, podem se encontrar desamparados, tornando ainda mais exasperante uma situação já tão complexa para o participante.
Ainda não existe solução concreta para esse problema, pois cada indivíduo com deficiência representa uma necessidade distinta, mas, com a nova possibilidade do ENEM Digital, talvez alguns desses candidatos possam contar com uma opção melhor. O ENEM Digital possui incontáveis limitações e inacessibilidades, entre elas, a necessidade de uma rede de banda larga constante e computadores modernos, segregando milhões de candidatos da possibilidade desse modal. Entretanto, pessoas que já se veem segregadas rotineiramente, se possuírem recursos para tal, talvez escolham o exame digital.