Tempo de Leitura: 2 minutos
Em celebração ao Dia Nacional do Livro, 29 de outubro, ofereci uma contação de histórias no meu canal do YouTube, o Mundo Autista. Para essa ocasião, escolhi a obra “A fada mais sem graça de todas” (2024). Este conto infantil introduz o universo mágico do meu livro “Entre Fadas e Bruxos” (2019).
Em “A fada mais sem graça de todas”, eu narro a trajetória de Annabeth antes de sua ascensão ao trono. Assim, revelo os desafios e as descobertas que moldaram a personalidade da personagem e a conduziram ao título de Rainha das Fadas. Aliás, o conto vem sendo trabalhado com crianças de 8 a 10 anos em escolas de Pelotas, no Rio Grande do Sul, e tem conquistado grande aceitação, especialmente entre as meninas.
Homenagem
Escrevi “A fada mais sem graça de todas” como uma homenagem às mulheres da minha família, porque as vejo como mulheres muito fortes e, ao mesmo tempo, bastante doces. Elas me transmitem valores como humanismo, cuidado com o outro, beleza, justiça, sabedoria e espiritualidade. Esses valores me foram passados por essas mulheres que lutaram por melhores condições de vida, mas nunca perderam a ética, a busca por uma vida digna e ainda melhor do que se apresentava para elas. Essas mulheres não se conformaram com o destino, mas não se rebelaram de maneira agressiva ou violenta.
Segundo o pesquisador e diretor de conteúdo do Mundo Autista, Ramon de Assis, “A fada mais sem graça de todas” possui brilho próprio e é apreciável como uma obra independente. Em sua análise do vídeo, ele destacou que eu convido os ouvintes a mergulharem em um mundo de fantasia e emoção, onde a magia se manifesta em cada palavra e a superação é o fio condutor da narrativa. Ele considera a contação uma oportunidade imperdível para celebrar a literatura e se encantar com a magia das histórias.
Metáfora
Para mim, a simbologia da história se relaciona com vários contextos, inclusive o autismo. Por exemplo, podemos interpretar a inadequação da protagonista como uma tentativa de se encaixar e desejar a inclusão. A fada Annabeth busca encontrar autenticidade e uma personalidade própria, mesmo sendo muito diferente das irmãs, que têm características socialmente mais valorizadas. Ela descobre que nenhum traço é um mal em si; todo traço, se usado para o bem, será positivo.
Esse conto me emociona muito, pois traz um aprendizado que o contato com as mulheres da minha família me faz querer aplicar na minha vida. Eu aprendi não por obrigação, mas pelo exemplo delas. Já o Ramon destaca que a competição com “as telas” é muito grande, mas acredita que boas literaturas ainda têm o poder de transportar as crianças para mundos nunca antes imaginados. Dessa forma, cada criança cria suas próprias imagens e significados para cada história.