28 de dezembro de 2023

Tempo de Leitura: 2 minutos

O transtorno do espectro autista (TEA) continua a ser uma preocupação crescente na área da saúde, com uma demanda que desafia constantemente os serviços disponíveis. Neste contexto, na cidade de São Paulo (SP), os dados quantitativos provenientes do sistema SMS/SIGA (Sistema Integrado de Gestão de Assistência à Saúde, da Secretaria Municipal da Saúde) para o ano de 2023 proporcionam uma visão crucial da realidade local. Ao analisarmos os números referentes aos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e Centros Especializados em Reabilitação (CER) do município, deparamo-nos com cifras que demandam reflexão e ação.

De acordo com as informações fornecidas pela administração pública paulistana, no ano de 2023, um total impressionante de 128.408 pessoas receberam atendimento com diagnóstico de TEA nos CAPS e CER. Esses números revelam uma demanda expressiva e evidenciam a necessidade crescente de recursos, profissionais capacitados e estratégias eficazes para atender essa parcela significativa da população.

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No entanto, a magnitude do desafio se torna ainda mais palpável quando observamos a fila de espera. Em 08/12/2023, um contingente de 8.692 crianças, com idades variando de 0 a 18 anos, aguardavam atendimento, todas com o CID F84. Essa estatística reflete não apenas a crescente incidência de diagnósticos, mas também a necessidade premente de medidas que agilizem o processo de atendimento e reduzam o tempo de espera para intervenções essenciais.

Fica evidente que o município enfrenta desafios significativos para atender a demanda atual e futura de pessoas com TEA. É imperativo que sejam feitos investimentos substanciais em recursos humanos, estrutura física e tecnológica, bem como em programas de capacitação para profissionais de saúde. Além disso, é crucial fortalecer parcerias com organizações da sociedade civil e setor privado para maximizar os recursos disponíveis.

Além do investimento em recursos, a sociedade também deve ser alvo de ações de conscientização. A inclusão de pessoas com TEA na comunidade depende não apenas da infraestrutura de atendimento, mas também de um ambiente que compreenda e respeite as necessidades específicas dessas pessoas. Educação e conscientização são ferramentas poderosas para promover uma sociedade mais inclusiva.

Os dados quantitativos fornecidos revelam um quadro desafiador, mas também apontam para oportunidades de crescimento e melhoria. Abordar as demandas crescentes relacionadas ao TEA requer uma abordagem integrada que combine investimentos substanciais, parcerias eficazes e a conscientização contínua da sociedade. Somente assim, podemos aspirar a oferecer um atendimento de qualidade, garantindo o bem-estar e a inclusão plena das pessoas com Transtorno do Espectro Autista em nossa comunidade.

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Mãe atípica, graduada em letras, turismo (com habilitação em lazer e recreação), pedagogia e pós-graduanda em transtorno do espectro do autismo - Atendimento Multidisciplinar. Fundadora da Casa de Antônio, centro de referência em atendimento a pessoas neurodivergentes e suas famílias, que será inaugurado em 2024.

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