7 de dezembro de 2023

Tempo de Leitura: 2 minutos

Você conhece a Escola Nacional de Saúde Pública na Fiocruz, Rio de Janeiro? A beleza da entrada da Fiocruz mostra sua importância em nossas vidas. Estive lá na última sexta-feira, 01.dez.2024, em celebração ao Dia Internacional da Pessoa com Deficiência — ou “defs”’, a mais nova gíria.

O ponto principal do evento foi a pré-estréia do documentário “Assexybilidade” de Daniel Gonçalves abordando a sexualidade pela visão dos “defs”, apenas não mais importante que o debate do elenco sobre o mesmo.

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Luciana Viegas, autista, salienta a questão dos estereótipos: “O que acontece com meu corpo, não é hiperssexualização, é dessexualização”. Autistas não são anjos sem sexo ou sexualidade; autistas que são pais ou mães não se tornaram autistas após o nascimento dos filhos. A sexualidade do autista precisa ser olhada de frente e permitida ser vivenciada como qualquer pessoa.
O documentário aborda a sexualidade de forma aberta, tanto no discurso quanto nas cenas. A ideia é que as pessoas olhem os diferentes corpos com deficiência, potentes para o exercício da sexualidade em sua plenitude.

Alguns poderão dizer que se chocaram com as cenas de sexo, por outro lado, eu me choquei com o relato de que há um fetiche que abrange uma parte da população sem deficiência, em relacionar-se com pessoas com deficiência. Sim, transam por fetiche, não por afeto ou interesse pela pessoa.

Outro ponto chocante, ainda relacionado ao tema, é que, se a pessoa se relaciona pelo fetiche, a chance de uma relação amorosa, saudável fica cada vez mais distante.

Sobre pais levarem seus filhos para primeiras experiências com prostitutas, nem é necessário citar. Esse comportamento é clássico nas famílias.

Interessante pensar que, mais uma vez, a população não “def”, se mantém tóxica mesmo para uma relação tão íntima com uma pessoa. Coisificando o parceiro pela curiosidade e prazer pelo diferente.

Chega a ser bizarro como as pessoas típicas e sem deficiência podem ser hipócritas quanto às suas regras de “bons costumes”.
Luciana Viegas (@umamaeautistafalando) é autista, ativista antirracista, idealizadora do Vidas Negras com Deficiência Importam (@vndi.brasil) e foi homenageada pela D-30 Disability Impact List, como uma das 30 pessoas no mundo com trabalho de impacto na vida de pessoas com deficiência — além de ser mãe do Luiz e da Elisa.

O documentário é sobre isso também, impactar a vida das pessoas e lembrar a todos que sexo não é privilégio, é direito de todos.

Trailer

Assista ao trailer do documentário, a seguir:

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É psicóloga clínica, terapeuta de família, diretora do Centro de Convivência Movimento – local de atendimento para autistas –, autora de vários artigos e capítulos de livros, membro do GT de TEA da SMPD de São Paulo e membro do Eu me Protejo (Prêmio Neide Castanha de Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes 2020, na categoria Produção de Conhecimento).

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