5 de abril de 2025

Tempo de Leitura: 2 minutos

Desde sua fundação, o Colégio Tistu, em Curitiba, tem se destacado pela inclusão de alunos com necessidades educacionais específicas. Em um tempo em que a educação inclusiva ainda era incipiente, nos anos 80, a escola já abria suas portas para crianças com diferentes diagnósticos, como síndrome de Down, autismo e paralisia cerebral. Atualmente, com um programa estruturado e metodologias inovadoras, o Tistu se consolida como referência na educação inclusiva.

Para garantir um ensino adaptado às necessidades individuais de cada aluno, a escola criou o Programa de Atendimento Educacional Especializado (PAEE). Esse programa conta com uma sala de recursos multifuncionais e profissionais especializados, que revisam e adaptam materiais didáticos conforme a necessidade dos estudantes. “O grande diferencial do Tistu é a forma como tratamos a individualidade. Nosso objetivo é adaptar o ensino para que cada criança possa participar ativamente das atividades escolares”, afirma Sandra Lopes Machado, diretora do Colégio.

Publicidade
Livro: Autismo — Não espere, aja logo!

A abordagem pedagógica do Tistu se baseia no Construtivismo de Jean Piaget, colocando o aluno como protagonista do próprio aprendizado. Essa metodologia é complementada pelo Sociointeracionismo de Lev Vygotsky, que valoriza o papel das interações sociais na educação. “A inclusão não é apenas sobre adaptar conteúdos, mas também sobre criar um ambiente onde todas as crianças possam aprender umas com as outras”, destaca Carlota Maria Barbosa, psicóloga especialista em pedagogia avançada.

O processo de adaptação curricular no colégio é feito por meio de Planos Educacionais Individuais (PEI), que estabelecem metas personalizadas para cada aluno. Essas adaptações podem incluir modificação de materiais, uso de tecnologias assistivas e apoio de profissionais externos, como fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais.

A tecnologia desempenha um papel essencial nesse contexto. O uso de softwares de comunicação alternativa, tablets com recursos visuais e aplicativos interativos facilitam a participação dos alunos e promovem a autonomia. “A tecnologia não substitui a interação humana, mas é uma ferramenta poderosa para tornar a educação mais acessível e significativa”, afirma Gustavo Barbosa Camargo, advogado especialista em inclusão e direitos da pessoa com deficiência.

Apesar dos avanços, a inclusão escolar ainda enfrenta desafios. Entre os principais estão a aceitação dos diagnósticos por parte das famílias, o treinamento contínuo de professores e a necessidade de recursos para manter uma equipe multidisciplinar completa. “Nem todos os pais estão preparados para lidar com o diagnóstico de seus filhos, e isso pode atrasar o início das intervenções necessárias”, pontua.

Outro desafio é a infraestrutura escolar. Embora a legislação brasileira exija que todas as instituições ofereçam suporte para alunos com deficiência, muitas escolas encontram dificuldades na implementação dessas diretrizes. “A inclusão exige investimento contínuo e uma mudança de cultura dentro da escola e da sociedade”, reforça Sandra.

O Colégio Tistu tem mostrado que a inclusão escolar vai além das adaptações pedagógicas. A escola investe na capacitação de professores, na criação de um ambiente acolhedor e na promoção de interações entre os alunos, garantindo que todos tenham a oportunidade de aprender e se desenvolver.

“O verdadeiro significado da inclusão está em valorizar cada criança e proporcionar a ela um espaço onde possa crescer, interagir e se sentir parte de algo maior”, conclui Carlota. Com essa filosofia, o Tistu segue sendo um modelo de educação inclusiva, provando que, com dedicação e inovação, é possível transformar a realidade da educação brasileira.

COMPARTILHAR:

Idealizadora do programa "Eu Digo X" e mãe do Jorge, um jovem diagnosticado com autismo e síndrome do X-Frágil.

Livro digital gratuito auxilia na transição de autistas para a vida adulta

Irmãos autistas fazem sucesso no TikTok

Publicidade
Assine a Revista Autismo
Assine a nossa Newsletter grátis
Clique aqui se você tem DISLEXIA (saiba mais aqui)