No último dia 8 de setembro, comemoramos o Dia Mundial da Alfabetização, data em que se reforça a importância da leitura para o desenvolvimento do ser humano e da inclusão de todas as pessoas. 

Dizer que estimular a leitura aumenta o vocabulário, é clichê. Precisamos reforçar que a leitura vai muito além da formação de pessoas, cidadania, poder de argumentação, capacidade de comunicação entre outros fatores. 

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Mas nós, mães de crianças e jovens com a Síndrome do X Frágil sabemos e temos a plena consciência da dificuldade de nossos filhos serem alfabetizados, ou se forem, alguns podem ter ainda a dificuldade de expressão, comunicação e argumento. No entanto, é de suma importância que sempre, desde bebês, as mães – independente da condição de seus filhos – estimulem a leitura, contando histórias, folheando livros e revistas, trazendo a leitura para o dia a dia da criança. Precisamos sempre ser o exemplo e estimular nossos filhos.

Uma criança com Síndrome do X Frágil pode aprender a ler e a escrever, no entanto, o aprendizado se dá de uma forma diferenciada da que tradicionalmente conhecemos nas escolas. A forma que a criança neuroatípica constrói conceitos é distinto da criança neurotípica, por isso é preciso, no processo de alfabetização, respeitar essa característica, considerando as lacunas em seu desenvolvimento. 

O simples fato de incentivar que a criança e adolescente com a Síndrome do X Frágil folheie uma revista ou livros literários e observe as imagens, fotos e figuras, é positivo para que construa a habilidade de linguagem. A dificuldade fonética é frequente, mas existe uma maior facilidade no aprendizado de palavras que possuam associações com imagens que correspondem ao interesse da criança. 

Nesse aspecto, é interessante que os pais junto com os professores, elaborem um caderno de linguagem para que a criança possa se expressar. Esse caderno deve ser revisado periodicamente, com o intuito de ajudar a desenvolver a habilidade de comunicação.

Outra forma de auxiliar na leitura é a criação de situações, onde a figura é exposta ao lado da palavra correspondente. Desta forma, é realizada a leitura correta da palavra. Outra forma de estímulo é a utilização as placas de leitura, que são constituídas a partir da habilidade para ler placas, como aquelas utilizadas em restaurantes.

É importante salientar que, no caso da criança com SXF, a intervenção educacional inicia-se pela conscientização da família e da equipe pedagógica envolvida, aprendendo e conhecendo as limitações e suas causas. A interação deve ser sempre pautada em uma dimensão socioafetiva, que trará conforto e segurança para a criança. O uso da linguagem e da leitura para a criança é um ato que possibilita a interação social e com isso a fala surge espontaneamente e o aprendizado acontece como um meio de troca de experiências. 

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A coluna “Eu Digo X“, aqui no Canal Autismo / Revista Autismo, é uma parceria com o Instituto Buko Kaesemodel e seu programa EuDigoX.com.br.

Não deixe de ver a reportagem de capa da edição número 17 da Revista Autismo: “Síndrome do X Frágil, ainda desconhecida, merece atenção“.

Jorge lendo história em quadrinhos do André, o personagem autista da Turma da Mônica.