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O autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento que afeta milhões de crianças em todo o mundo. Caracterizado por dificuldades na comunicação, interação social e comportamentos repetitivos, o autismo apresenta desafios significativos tanto para as crianças quanto para suas famílias. No entanto, um tratamento que tem mostrado resultados promissores é a fisioterapia, uma abordagem cinético funcional que trabalha o desenvolvimento motor e sensorial. Nesta entrevista com a fisioterapeuta neurocognitiva Silvia Rodrigues exploraremos a importância do tratamento fisioterápico no contexto do autismo e da Síndrome do X Frágil, destacando seus benefícios e impacto positivo na qualidade de vida dessas crianças.
Eu Digo X: Na sua opinião, existe no Brasil quantidade suficiente de profissionais de TO e Fisioterapia para atender a demanda de pessoas com condições como a SXF, TEA e outras?
Silvia Rodrigues: Existem muitos profissionais nessas duas áreas, mas infelizmente pouquíssimos especializados ou com algum conhecimento específico em síndromes raras e manejo comportamental no TEA. É importante ressaltar que não basta ter conhecimento na sua área de atuação quando se trata de síndromes raras e TEA.
Eu Digo X: É possível realizar atendimento de fisioterapia on-line para as famílias com SXF e TEA? No Instituto Buko Kaesemodel já tiveram alguma experiencia?
Silvia Rodrigues: É possível para a orientação, tanto de pais como profissionais. Avaliação é importante presencialmente. Na pandemia tivemos uma experiência maravilhosa orientando famílias e profissionais. O atendimento on-line leva conhecimento a lugares que não têm essas modalidades especializadas com informação baseada em evidência científica, melhorando a qualidade de vida da família e do paciente.
Eu Digo X: Que sugestão(es) deixa para as famílias que possa auxiliar para melhorar a qualidade de vida desses pacientes?
Silvia Rodrigues: É muito importante as famílias pedirem orientações específicas aos profissionais que trabalham com os seus familiares. No caso da fisioterapia, o trabalho tem que ser generalizado para todos os ambientes, e os familiares precisam de orientações de como colocar em prática no seu dia a dia. Ficar atento a essas dicas e cobrar dos profissionais ajuda o paciente a se tornar mais independente e prevenir lesões futuras.
Eu Digo X: Os profissionais de outras áreas podem auxiliar na reabilitação física das pessoas com SXF e TEA?
Silvia Rodrigues: Com certeza. Precisamos pensar em interdisciplinaridade quando se trata de síndromes e transtornos. Cada um dentro da sua expertise, mas somando para a melhora integral do paciente. Ressalto a importância dos profissionais da Educação Física, que contribuem de forma imprescindível para uma melhora de qualidade de vida dos pacientes. Quando o trabalho com fisioterapia é em conjunto, os resultados costumam ser ainda melhores.
Eu Digo X: Qual a importância da fisioterapia no desenvolvimento das crianças com Síndromes e Doenças Raras?
Silvia Rodrigues: A fisioterapia tem o papel de habilitar, reabilitar funções motoras e prevenir lesões futuras. Nas síndromes raras como a SXF ela é imprescindível na manutenção da postura desses pacientes, na melhora do controle motor, na educação pelo movimento, e na habilitação de funções motoras amplas. O trabalho de prevenção de lesões também é importantíssimo, pois os pacientes com a SXF possuem características físicas específicas que precisam de mais atenção para que esse indivíduo possa ter uma melhor funcionalidade no seu dia a dia, melhorando a sua qualidade de vida.