31 de março de 2022

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Em atendimento com jovens autistas, o tema amizade é recorrente. São inúmeros os fatores que impedem a aproximação de jovens típicos: como se aproximar, o que falar, o que responder, receio de não prestar atenção na conversa, stims, sensibilidade auditiva; enfim, fatores que nem sempre somos capazes de perceber a não ser que nos seja relatado.

Em terapia, trabalhamos detalhadamente cada ponto que possa ser encarado como impedimento de uma aproximação, buscando sempre similaridades e não diferenças. Buscando potencialidades e não déficits.

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Para encontrar um grupo: ouvidos atentos. De que falam meus colegas de sala?

O segundo passo é a coragem para adentrar o papo.

E assim, alguns adolescentes encontram seus grupos de pertencimento, não sem muitos passos a caminhar, e passam o intervalo das aulas conversando sobre… games e animes.

O diálogo é uma prática, uma troca e, necessariamente algo que pode nos conectar ao outro.

Sempre que filmes da DC tipo Batman ou do universo Marvel são lançados, procuro incentivar que o tema seja levado ao grupo e que possam organizar um programa. O tema fica no cantinho, guardado.

Não dessa vez. Chegando na escola e ouvindo os colegas organizarem a ida ao cinema, ele diz: “Posso ir junto?”, quase que sem acreditar em si mesmo.

E como conclusão desse dia de cinema escuto: “sábado foi o dia mais estressante, de maior ansiedade e mais feliz da minha vida”

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É psicóloga clínica, terapeuta de família, diretora do Centro de Convivência Movimento – local de atendimento para autistas –, autora de vários artigos e capítulos de livros, membro do GT de TEA da SMPD de São Paulo e membro do Eu me Protejo (Prêmio Neide Castanha de Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes 2020, na categoria Produção de Conhecimento).

Sophia Mendonça e Selma Sueli Silva lançam o livro Diversos diálogos: Autismo(s), meios e mediações

II Encontro Internacional da Consciência Autista ocorre nesta sexta-feira

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