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Por Profª Claudia Moraes
Vice-presidenta da ONDA-Autismo; Professora; Pedagoga, Especialista na Educação na Perspectiva do Ensino Estruturado;
Mestranda em Educação com Especialização para Formação de Professores.
As habilidades adaptativas são referentes às capacidades do ser humano em se adaptar e satisfazer as demandas do seu entorno, seja no grupo familiar, de trabalho ou no grupo social, de acordo com sua faixa etária (APA,2002). A partir delas, o sujeito é capaz de se tornar mais autônomo e de enfrentar os desafios cotidianos.
Segundo o DSM-V, para pessoa autista,
as capacidades adaptativas costumam estar abaixo do QI medido. Dificuldades extremas para planejar, organizar e enfrentar a mudança causam impacto negativo no sucesso acadêmico, mesmo para alunos com inteligência acima da média. Na vida adulta, esses indivíduos podem ter dificuldades de estabelecer sua independência devido à rigidez e às dificuldades contínuas com o novo.
A pessoa autista transita em diversos meios no decorrer de sua vida, por isso, é necessário que desenvolva essas habilidades, inicialmente em casa com a família, e posteriormente sendo potencializadas com intervenções terapêuticas e educacionais.
Devido à variedade de sujeitos que compõem o espectro autista, nem todas as habilidades a serem trabalhadas seguem uma regra fixa, enquanto alguns sujeitos ainda não apresentam determinadas habilidades de acordo com a escala de desenvolvimento relativa à sua idade, outros podem ter essas habilidades já consolidadas. Ou seja, a pessoa autista pode apresentar habilidades acima da média em determinada área e um nível inadequado para outra. Por isso, cada pessoa deve ser avaliada, e sua intervenção individualizada.
Posto isso, a avaliação deverá identificar que se identifiquem aptidões, competências, áreas deficitárias, nível de motivação e prontidão, para a realização das tarefas elencadas. Depois da avaliação feita pelo terapeuta, é importante que ele forneça uma listagem de habilidades que sejam favoráveis ao autista, de acordo com o foi elencado na avaliação, e priorizando aquelas mais necessárias.
Nesse sentido, seguem elencadas três técnicas que podem ser utilizadas para trabalhar habilidades adaptativas:
- Instrução: dividir a atividade elencada em etapas, poucos passos por vez.
- Para alguns sujeitos, haverá maior sucesso se for utilizada a técnica “De trás para frente”, isto é, trabalhar a última etapa, depois a penúltima e assim por diante, para que fique entendido que a atividade foi concluída.
- Pode-se também usar a técnica de Modelagem, que funciona bem com alguns autistas, uma pessoa serve de modelo ou guia e atua com uma determinada sequência de ações, indicando como realizar a atividade.
Também podemos dizer que a aquisição de habilidades adaptativas pode-se favorecer por fatores internos (pessoais) e externos (do ambiente). Por exemplo: capacidades únicas (e inatas) do sujeito que apresentem aspectos favoráveis como memória, atenção, partilha, entre outros; características do ambiente, contextos seguros que eliminem superproteção e permitam trabalhar autonomia.
Dessa forma, ao trabalhar a autonomia da pessoa autista, oportuniza-se melhor qualidade de vida, maior bem-estar físico e emocional, além de prover ferramentas para que tenha sucesso no trabalho ao qual se dedica. Podemos apontar como medida de sucesso: maior aceitação e inclusão nos meios em que circula.
Referências Bibliográficas
APA – AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Retardo mental. In: AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION.DSM IV TR: manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. Porto Alegre: Artes Médicas, 2002. p. 71-80
DSM V- Autismo. On-line:http://www.alex.pro.br/DSM_V%20Autismo.pdf