10 de janeiro de 2025

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No autismo não há regra de como será vivido o luto e empatia. Desde 2008, quando fui apresentada, oficialmente, ao autismo, já me deparei com diversas reações.

Variáveis do luto

Na minha jornada, houve pessoa autista que reagiu com naturalidade. Essa pessoa entendeu que a morte faz parte da vida. Então, era lógico que sua mãe partisse um dia. Certamente, a compreensão não eliminou a saudade nos anos subsequentes.

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Livro: Autismo — Não espere, aja logo!

Outra pessoa sentiu-se traída, ao saber que a mãe havia partido. Houve raiva e dor. Outra, sofreu, percebeu-se sozinha. Então, resolveu honrar tudo que a mãe lhe ensinara. Segue a vida com a saudade da mãe, sempre presente.

O luto e empatia aqui em casa

Desde que perdi o primeiro ente querido, fico triste pela ausência física. Porém, entendo que a vida e a morte são unas. A morte seria uma espécie de sono reparador. E também, o preparo para o renascimento, numa outra existência.

Há dois anos perdi meu namorado. Estranhei a minha reação. Não conseguia parar de chorar. Nunca fui assim. Percebi, então, depois de muita oração, que para mim, aquela morte poderia ser evitada. Assim, ela não fez sentido, não havia lógica. Dessa forma, o cérebro neurodivergente fica confuso. Entretanto, não dependia de mim evitá-la. Aprendi que, nem tudo, podemos evitar. Ele não permitiu que eu o ajudasse. E eu respeitei a vontade dele.

Evidentemente, tenho receio da partida de meus pais. Eles tem mais de 80 anos. Entretanto, me conforta saber que aproveito a presença deles em minha vida. Agir assim, evita lamentarmos a partida inevitável. Seguimos honrado o legado da pessoa querida. Trazendo em nós, todo o aprendizado da relação vivida. E com uma saudade que vem da presença constante da ausência de quem não temos mais ao alcance de nossos olhos. Ficam as memórias afetivas, o calorzinho no coração…

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Jornalista e relações públicas, diagnosticada com autismo, autora dos livros "Minha Vida de Trás pra Frente", "Dez Anos Depois", "Camaleônicos" e "Autismo no Feminino", mantém o site "O Mundo Autista" no Portal UAI e o canal do YouTube "Mundo Autista".

Em sessão exclusiva, fui assistir ao filme do Mion, sobre luta e autismo

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