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Qual foi o maior desafio que você enfrentou quando entrou na adolescência?
Esse é um período bem delicado para os jovens e, com o passar dos anos, ao acompanhar o desenvolvimento do meu filho, foi ficando cada vez mais claro que faltam materiais sobre esta temática.
Normalmente encontramos livros, séries, filmes e documentários que retratam a criança autista na primeira infância ou os adultos autistas, mas o que acontece na adolescência? Onde está esse material? E as terapias indicadas para esse momento da vida?
Quando você acha que encontrou as terapias adequadas e as medicações estão controladas, chega a adolescência com toda a sua potência e te avisa que será necessário voltar algumas casinhas no jogo da vida.
É cansativo? Pacas. É fácil? Nunca foi, porque será agora?
Mas, se para mim não é fácil, imagina para o meu filho que está passando por um turbilhão de emoções, mudanças corporais e hormonais. Como gerenciar esses desafios e oferecer o suporte adequado?
Não podemos esquecer que é um período de transição para a vida adulta, que envolve habilidades como viver de forma independente, conseguir um emprego e navegar em relacionamentos sociais e românticos.
Os adolescentes com autismo têm maior probabilidade de ter problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão, em comparação com seus pares neurotípicos. Esses desafios podem ser intensificados pelas pressões sociais e acadêmicas da adolescência
Onde estão os profissionais que podem nos auxiliar com programas de transição? Será que vai ficar tudo por conta minha e da minha esposa? Cadê os livros, podcasts, filmes e documentários que tratam dessa temática?
Lembrando que existem jovens que não são oralizados e não conseguem externar sentimentos, desejos e necessidades.
Felizmente, os avanços tecnológicos trouxeram ferramentas de comunicação alternativa (AAC, na sigla em inglês) para ajudar aqueles que enfrentam tais desafios. Essas ferramentas incluem dispositivos de fala eletrônica, aplicativos para smartphones e tablets, software de computador e muito mais.
Também temos a Revista Autismo que se tornou um importante canal de comunicação e dá voz aos personagens que fazem parte desta comunidade.
Talvez o seu filho ainda esteja na infância e um dia você vai compreender o meu sentimento. Sei que não sou o primeiro e nem serei o último a viver esta fase e quanto mais falarmos sobre nossas experiências, mais forte fica a nossa comunidade.
Foco, força e fé!