17 de janeiro de 2022
Tempo de Leitura: 2 minutos
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Por Jeane R. Cerqueira
Conselheira Estadual da ONDA-Autismo em Minas Gerais. Terapeuta, autista e mãe atípica.
@jeaanerc @psieducarjeane
@jeaanerc @psieducarjeane
Por que o autismo é um problema?
Não é. As pessoas o veem como um problema.
Porque a sociedade NÃO está preparada para conviver e aceitar o “diferente”.
E porque muitas vezes, apesar de boas intenções, muitos querem invalidar os sentimentos e certezas da mãe que logo percebe que alguma coisa em seu filho o diferencia das outras crianças.
E é aí que começam os problemas!
Os pediatras, salvo exceções, afirmam categoricamente que está tudo bem; que cada criança tem seu tempo e que é tudo coisa da cabeça da “mãezinha” que anda se preocupando demais…
Depois vem a luta para explicar aos amigos e aos familiares o porquê de suas suspeitas e preocupações. “Tá inventando problema onde não tem!” “Coloca ele (a) na escola que resolve.”
E a luta vai se estendendo até que um dia a mãe encontra um profissional que lhe ouve e considera suas preocupações.
E a criança é avaliada por um, por dois, por muitos profissionais. Até que enfim chega o diagnóstico e com ele a esperança das evoluções e das conquistas através das terapias.
Mas… As pessoas ainda continuam questionando a mãe.
E acreditem: – questionam os profissionais que avaliaram também!
E gente que nunca leu nada (informações seguras) sobre autismo e que conhecem apenas autistas estereotipados e apresentados pela TV e seriados, se veem no direito e até no dever de “alertar” essa mãe que essa criança não é autista.
Por que? Bom, porque ela é “tão bonita”, porque ela é “tão inteligente”, porque ela FALA e porque ela não tem “cara de autista “.
E a mãe que precisa e deseja apenas cuidar do filho autista passa a ter que lidar com tudo isso, todos os dias.
E olha que nem citei aqui a batalha travada contra planos de saúde que não oferecem terapias adequadas e se negam ao ressarcimento por isso; contra o sistema público de saúde que oferece consultas e sessões de terapia de 25 minutos e acha que está quase nos fazendo um favor; contra as escolas, públicas e privadas que negam matrícula e que usam um mesmo plano de ensino individualizado para TODOS os estudantes autistas da escola.
Então, quando uma mãe te contar sobre o diagnóstico do autismo do filho dela, ouça e respeite.
Porque não é fácil ser mãe de autista.