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Histórias sociais é uma ferramenta muito utilizada com autistas em todos os níveis de suporte, dependendo da complexidade do contexto a ser trabalhado. Segundo Carol Gray: “Uma história social descreve com precisão um contexto, habilidade, conquista ou conceito de acordo com 10 critérios de definição.”
Os passos de construção de um material de “histórias sociais” devem seguir:
- Repertório condizente com o ‘público’;
- Identificar o tópico a ser abordado e colher o máximo de informações possíveis;
- Precisa ter um título claro sobre o tópico abordado, um conteúdo com detalhes e uma conclusão que reforce as informações;
- O formato é feito “sob medida” às habilidades do indivíduo, foco de atenção, estilo de aprendizagem e seus interesses;
- O vocabulário utilizado precisa ser preciso, objetivo, usado na primeira ou terceira pessoa e tempos verbais simples;
- O texto, precisa ser escrito, respondendo perguntas: onde, quando, quem, o que, como e porque aquele contexto acontece;
- Contextualizar o antes, o durante e o depois, incluindo fatores externos ao contexto em questão;
- Uma história social descreve mais do que deve direcionar;
- Deve ser revisada sempre para agregar ou modificar vocabulário ou incluir novos objetivos;
- Os 10 passos garantem a objetividade do material, organização e planejamento do suporte.
O material pode ser construído pela família, profissionais e até mesmo pela pessoa autista que desejar explicar algo a alguém. São ricos instrumentos na área de mercado de trabalho, por exemplo: tanto a equipe pode construir o material explicitando as tarefas a serem executadas, como o autista poderá construir, instruindo sua equipe em como abordá-lo com funções, convites e ordens.
Em se tratando de autistas nível 3 de suporte, o material oferece todas as informações necessárias para compreensão de novos contextos, ou até para relembrar contextos mobilizadores de estresse, como ir ao dentista, por exemplo.
As histórias são acompanhadas de imagens sempre muito claras e objetivas, oferecendo a comunicação acessível para não alfabetizados e, também como uma forma de ‘tradução’ das frases das histórias. A ferramenta foi desenvolvida por Carol Gray em 1990, para auxiliar jovens e crianças autistas na compreensão de contextos.
O uso dessa ferramenta é de suma importância no dia a dia; ela é comunicação. Mais do que uma necessidade de ‘previsibilidade’, o autista pode compreender situações e contextos desconhecidos desde que explicados antecipadamente.
O que fazemos quando vamos viajar para algum lugar que não conhecemos? Pesquisamos os locais turísticos, planejamos transporte, alojamento, etc. É o mesmo processo: queremos entender para onde vamos e o que vamos fazer.