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Por Cláudia Moraes
Fala-se muito de maternidade típica e atípica. Quanto a mim, penso que toda maternidade é atípica, pois os pequenos seres que nos chegam são ímpares e não vêm com manual, ou com regras pré-determinadas. E, assim, também, todas as mães são atípicas, porque o papel que desempenham é sempre novo e se inicia com cada gestação.
Não creio que a deficiência faça uma mãe ser atípica. Na verdade, a deficiência só lhe dá doses a mais de sentimentos que qualquer mãe precisa ter, como sabedoria, paciência, resiliência, entre outros. E, para aquelas que esses sentimentos sempre associados à maternidade lhes faltam, o resultado será desanimador para os filhos, pois a maternidade não é inerente a todas as mulheres. O equipamento físico não é o que determina a maternidade. Pela vida, desfilam exemplos de madrastas e mães adotivas que exalam os sentimentos maternais mais genuínos.
O que posso dizer de quase todas as maternidades é que existe um amor incondicional pelos filhos, que nos põe à prova durante toda a vida, pois cada fase vem cheias de desafios.
Junto aos desafios, vêm os encantamentos, como a primeira comunicação, a certeza de que alguém necessita dos seus cuidados, das suas aprovações/reprovações, do seu saber e do seu sentir.
No livro Anne de Green Gables (Lucy M. Montgomery), a pequena órfã Anne, que não havia sido alvo de nenhuma maternagem, discorre sobre a beleza da palavra “cuidar”, o que ela fazia instintivamente com aqueles que se aproximavam de seu bem-querer. Então, os sentimentos ou não relativos à maternidade podem desabrochar em qualquer coração que se disponha a amar.
Eu sou mãe do universo, tenho dois astronautas que nasceram do meu ventre, e, embora adultos, orbitam e orbitarão sempre ao meu redor. Digo que sou mãe do universo, porque, como Anne, eu sempre tive empatia com os seres que precisam serem cuidados. Fui mãe de bonecas, de animais, de sobrinhos, de amigos, de estrangeiros, de tantas pessoas autistas, de todos os que se aproximaram de mim e detectei carência materna. Fui mãe da minha mãe e também de outras mães e chegar a esse nível da maternidade me graduou na mais bela função que um ser humano ou não pode ter, desde que tenha espaço no coração.
Feliz Dia de Todas as Mães!