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Semana dessas fui cometer um crime gastronômico em uma das lanchonetes de fast food da cidade.
Na fila, vejo chegar um casal de mais ou menos uns 70 anos e um jovenzinho lá pelos seus 12.
Ele tinha um sorriso absolutamente simpático, mesmo sem olhar para ninguém e carregava um dinossauro de pelúcia.
A entrada do trio na lanchonete paralisou alguns e atraiu muitos olhares.
Imediatamente o garoto se fechou e virou de costas para todos. O casal manteve sua postura sem o menor indício de terem percebido seu entorno.
Minha bandeja chegou primeiro e fui para fora. Uma deliciosa tarde de outono em pleno feriado de Tiradentes.
Os avós, como soube depois, saem com o garoto e vão para o estacionamento. Vejo todos se sentarem na sarjeta e comerem seus lanches ali mesmo. O avô em pé e a avó, com muita dificuldade para se sentar em local tão baixo, sentada com o neto.
Não conseguia parar de pensar porque eles estariam ali com tantas mesas disponíveis. Logo me vi acreditando que algum tipo de constrangimento eles deveriam ter passado para irem tão distante e optarem por um lugar tão desconfortável.
Não conseguia parar de olhá-los. Um garoto tão educado, que espécie de desconforto ele teria vivido?
Em um dado momento, a avó se levanta, com a mesma dificuldade que teve para se sentar, e segue em direção à lanchonete.
Levanto e vou até ela: “Me desculpe a intromissão, mas porque decidiram sentar na sarjeta do estacionamento?”
Ela abre um enorme sorriso e me diz: “Porque meu neto quis o sol”.