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Dentre tantas características que envolvem o Espectro do Autismo, o hiperfoco é, com certeza, uma das que mais se destacam.
Um autista pode, ao longo vida, alternar entre alguns hiperfocos ou permanecer no mesmo por muito tempo.
Não vou dizer que sempre é fácil, principalmente para quem está ao redor e tem um envolvimento emocional ou familiar com a pessoa autista, pois não é raro que a pessoa no TEA passe muitas horas — até dias! — fixado num interesse específico que relaciona-se ao seu hiperfoco e “esqueça” tudo e todos ao redor.
Mas, quando bem trabalhado, o hiperfoco pode trazer muitos benefícios. Ele pode ser usado como caminho para a socialização e comunicação, quando você usa o assunto de interesse para interagir com a pessoa.
Quando incentivado e bem direcionado, pode se transformar em uma profissão. E, quando o autista consegue “casar” essa linha de interesse com o trabalho, costuma sobressair na função.
E claro que não se pode ignorar fato de que essa é uma das características mais maravilhosa para a pessoa no espectro do autismo. Ela dá prazer! E quando se fala em prazer é que podemos diferenciar — e aqui talvez seja o aspecto onde vejo maior confusão quando se trata de definição — o hiperfoco da compulsão.
Uma compulsão causa angústia; hiperfoco, ao contrário, deixa feliz e traz uma perspectiva positiva na vida do autista.