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A inclusão de pessoas autistas em igrejas é um tema de crescente importância dentro e fora do Brasil, e se relaciona com princípios de acessibilidade no autismo. Neste sentido, a Revista Autismo apresenta uma lista de cinco livros que abordam diferentes aspectos dessa inclusão, desde análises teológicas e litúrgicas até guias práticos para a adaptação das práticas religiosas.
Autism and the Church: Bible, Theology, and Community – Grant Macaskill, 2021
Em Autism and the Church, Grant Macaskill oferece uma análise da realidade do autismo na igreja cristã e como isso deve ser abordado teologicamente. Macaskill argumenta que tentativas de ler a Bíblia com referência ao autismo são frequentemente insuficientes, e fazem as pessoas terem conclusões precipitadas sobre a condição, levando alguns cristãos a ver o autismo como algo a ser curado ou exorcizado.
Macaskill convida os leitores a uma interpretação bíblica que chame a igreja a valorizar aqueles que vivenciam o autismo como parte da diversidade da comunidade local, sugere as igrejas a considerar as implicações do autismo em suas congregações e a explorar como melhor acomodar as necessidades específicas de pessoas autistas no culto público e no cuidado pastoral.
Autism and Your Church: Nurturing the Spiritual Growth of People with Autism Spectrum Disorder – Barbara J. Newman, 2011
O livro Autism and Your Church, de Barbara J. Newman, é uma espécie de guia sobre a importância do processo de inclusão de pessoas autistas em igrejas, sem ignorar o nível de suporte. Traz informações gerais, histórias específicas e um plano de ação para iniciar um ministério de inclusão do zero.
Newman aborda os desafios na comunicação da fé, com o objetivo de tornar a realidade física e social da vida e educação cristã acessíveis. Também oferece orientações para compartilhar informações de maneira sensível, lidar com transições, rotinas e visuais, e aprender a pensar junto com crianças e adultos no espectro do autismo.
Autism and Worship: A Liturgical Theology – Armand Léon Van Van Ommen, 2023
Nas igrejas, autistas podem ser negligenciados ou infantilizados pelos membros neurotípicos. Em Autism and Worship, Armand Léon van Ommen faz uma análise da presença e ausência de pessoas autistas no culto, considerando como essas experiências podem redefinir a teologia litúrgica e as práticas de adoração da igreja. Van Ommen identifica o “culto da normalidade” como a raiz da marginalização de pessoas autistas, e argumenta que a resposta está na presença e disponibilidade.
Ele defende que a nova identidade em Cristo redefine o que é considerado normal e quem pertence à comunidade. Van Ommen argumenta que essa redefinição resulta de uma teologia litúrgica de disponibilidade, exemplificada pela análise da Chapel of Christ Our Hope, uma igreja em Singapura centrada no autismo.
How to Make Your Church Autism-Friendly – Stephen J. Bedard, 2016
How to Make Your Church Autism-Friendly é escrito por Stephen Bedard, pai de duas crianças com autismo e ex-pastor, que compartilha sua história e oferece dicas práticas sobre como as igrejas podem acolher para famílias atípicas. As estratégias são baseadas em suas próprias experiências.
O livro aborda a importância de entender as necessidades das pessoas autistas e oferece conselhos sobre como adaptar os serviços e programas da igreja para melhor atender essas famílias. Bedard enfatiza a necessidade de sensibilização e educação dentro da comunidade da igreja.
Autismo na Igreja: Edificando uma Igreja para Todos – Angelica Gomes de Freitas Ferreira e Glauco Magalhães Ferreira, 2021
Autismo na Igreja responde a muitos questionamentos sobre a inclusão de pessoas autistas na agenda da igreja local. Com base na experiência de ter um filho diagnosticado com autismo e no exercício do ministério pastoral, os autores Angelica Gomes de Freitas Ferreira e Glauco Magalhães Ferreira compartilham desafios e soluções para acolher, incluir e viabilizar o pleno exercício da fé para famílias que lidam com o autismo.
O livro detalha a jornada de inclusão do filho Asafe, diagnosticado com autismo, nas atividades da igreja. Baseado em quatro fundamentos – informar, conscientizar, acolher e incluir – os autores mostram como uma igreja pode aprender a amar as diferenças e acolher o desconhecido.