O deputado federal Amom Mandel (Cidadania-AM) é pré-candidato a prefeito de Manaus, no Amazonas. Diagnosticado com autismo desde os 14 anos, o político argumentou, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, que é possível administrar uma metrópole de 2 milhões de habitantes sendo autista.

“Não só é possível como está na hora do Brasil provar isso. Eu tenho certeza de que ser autista não me diminui na minha capacidade, em relação a qualquer outra pessoa. Pelo contrário. Obviamente que nem todo autista é igual. Tem autistas que têm deficiências na fala, que têm deficiências no aprendizado. As pessoas têm muito preconceito hoje com quem é autista, no Brasil. Eu quero quebrar isso”, disse em entrevista.

Publicidade

Além do autismo, Mandel também foi questionado pela idade, já que está com 23 anos. “Vários países já tiveram experiências com líderes jovens. Já está mais que provado que idade não quer dizer, necessariamente, competência”, argumentou. Antes do mandato como deputado, Amom foi vereador de Manaus.

O deputado também falou sobre problemas de acessibilidade que observa na rotina como deputado. “Desde que eu entrei, nunca houve nenhuma sessão ordinária nesta legislatura. Todas as sessões são extraordinárias, marcadas em cima da hora, sem que a maioria saiba qual é a pauta. Precisamos de uma rede de inteligência entre os assessores para saber qual é a pauta. Na prática, como são poucas as pessoas que detém poder aqui dentro, eu não preciso me relacionar com tantas pessoas para fazer com que os nossos projetos de lei caminhem”, concluiu.