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André Padilha, um jovem autista que foi alvo de uma edição do Profissão Repórter sobre autismo, viveu por cerca de 15 anos acorrentado dentro da casa de sua família em Fernandópolis (SP). O motivo, de acordo com seus familiares, era seus comportamentos autolesivos em crises. O caso chamou a atenção da comunidade do autismo e André passou a ser atendido por terapeutas.
Nathalia Tavorieri, responsável pela reportagem na época, contou como conheceu o caso na época. “Conheci André no início de 2019 em Fernandópolis, interior de São Paulo. Nunca consegui encontrar palavras para descrever a sensação de ter conhecido um jovem, com quase a minha idade, vivendo acorrentado no chão. Foi uma das raras vezes em que gravei com os olhos marejados, com aquele choro entalado na garganta. Durante as gravações, André não falava, mas berrava muito. Na verdade, ele não precisava dizer nada. Estava claro que aquele era um pedido urgente de ajuda”, disse.
Segundo Nathalia, a psicóloga Mayra Gaiato capacitou profissionais da Clínica Supery, que atuava no município de Fernandópolis, para promover uma intervenção baseada na Análise do comportamento aplicada (ABA). Gaiato é conhecida por trabalhar com o modelo Denver, também baseado em ABA.
Apesar disso, por conta da pandemia de Covid-19, André ficou sem tratamento e, segundo sua família, seu desenvolvimento está regredindo. O jovem tinha adquirido autonomia em algumas atividades domésticas, como escovar os dentes, lavar a louça e varrer a casa.
“Não foi da noite para o dia para retirar as correntes nem para desenvolver essas habilidades. Se ele para de ter um acompanhamento, infelizmente é desesperador pensar que a tendência é voltar a acorrentá-lo”, lamentou a terapeuta Terezinha Santana.