16 de março de 2023

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Na tarde desta quarta-feira (15), 94 deputados estaduais eleitos em São Paulo tomaram posse, inaugurando a nova legislatura 2023-2026. Entre eles, o destaque na comunidade ligada ao autismo fica para a estreante Andréa Werner, ativista, mãe de autista e jornalista, com 88.820 votos eleita pela primeira vez.

Atualmente no PSB, Andréa, há mais de uma década, é ativista de causas da pessoas com deficiência, sobretudo o autismo. Na Assembleia Legislativa de Sao Paulo (Alesp) ela é cotada para assumir a presidência da Comissão de Pessoas com Deficiência. Segundo a deputada, o maior problema desse setor não é a ausência de leis, mas a falta de fiscalização sobre as que já existem.

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Antes dessas eleições, Werner foi candidata a deputada federal pelo PSOL, em 2018, ficando na segunda suplência, com pouco mais de 43.142 votos. Em 2020, novamente pelo PSOL, candidatou-se a vereadora em SP, mas não se elegeu, com 17.565 votos. Em 2021, ela se desfiliou do PSOL e foi para o PSB, partido pelo qual se elegeu na Alesp nas eleições do ano passado.

Com o diagnóstico de autismo do filho — então com 2 anos de idade —,  em 2012, Andréa criou o blog Lagarta Vira Pupa, sobre sua experiência de ser mãe do Theo. Essa iniciativa motivou a publicação de dois livros —”Lagarta Vira Pupa: A vida e os aprendizados ao lado de um lindo garotinho autista” (2016) e “Meu amigo faz iiiii” (2017) — e a criação de um instituto de mesmo nome, em 2021, para dar continuidade a esse trabalho de inclusão e apoio a pessoas com deficiência e suas famílias. Um dos destaques de seu ativismo foi a luta contra o MMS (miracle mineral solution) — que nada mais é que dióxido de cloro diluído —, tema de uma reportagem sua para a Revista Autismo nº 5 (jun/2019): “MMS cura autismo?” e também foi a principal fonte para o assunto no programa Fantástico (Globo), de 26.mai.2019. Ao longo dessa jornada ela também se descobriu uma pessoa neurodivergente, diagnosticada com transtorno de déficit da atenção com hiperatividade (TDAH).

‘Boa de briga’

Em reportagem sobre a nova legislatura, que tem recorde de mulheres e negros eleitos, o jornal Folha de S.Paulo definiu Andréa Werner com a seguinte legenda: “Ativista boa de briga chega à Alesp e quer fim do ‘coitadismo’ em luta por pessoa com deficiência”. E outra reportagem do jornal exclusiva sobre a deputada ativista, cita que “Antes do mandato, que começa no próximo dia 15, já comprou duas brigas contra o governo Tarcísio de Freitas (Republicanos). Ambas tiveram desfecho positivo, sem troca de acusações na internet”. E destaca a seguinte frase dela “A gritaria é válida, sim, mas em alguns momentos você consegue mais coisas por outra via. Comecei a testar a dose”, diz Andréa Werner.

Mandato 15 dias menor

Em relação ao restante do país, o estado de São Paulo dá posse com um atraso de 15 dias aos deputados. Para acertar esse descompasso a Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) aprovou em 2019 a alteração do mandato 2023-2026 com uma quinzena a menos, agendando a próxima posse para 1º de fevereiro a partir de 2027.

 

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Editor-chefe da Revista Autismo, jornalista, empreendedor.

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