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Fábio Sousa e Luciana Viegas, ambos autistas e negros, falaram sobre a invisibilidade social de pessoas negras autistas em entrevista dada ao Instituto Claro, publicada nesta terça-feira (13). Fábio é fundador da página Se eu falar não sai direito e Luciana é fundadora do Movimento Vidas Negras com Deficiência Importam no Brasil (VNDI).
Fábio destaca que o racismo estrutural dificulta o acesso ao diagnóstico do autismo para a população negra. “Muitas pessoas acreditam que o autismo é uma condição que só ocorre na população branca por existirem poucos autistas negros diagnosticados. O diagnóstico ainda é caro e de difícil acesso para quem não pode pagar um convênio ou tratamento particular. Infelizmente, esse é perfil da população negra”, lamentou.
Luciana mencionou a falta de representação midiática de pessoas autistas negras, o que aumenta a desconfiança em relação ao diagnóstico. “Se você chegou à vida adulta sem diagnóstico correto, haverá depressão e ansiedade que precisarão ser tratados antes do profissional começar a lidar com as necessidades específicas do autismo. São muitas terapias com tratamentos pelo SUS quase inexistentes. A questão é: como o bolso de alguém vai lidar com isso, sendo que uma das maiores dificuldades para um autista adulto é manter um emprego?”, questionou.