1 de março de 2025

Tempo de Leitura: 2 minutos

Dez anos atrás, a notícia de que existe um exame ocular que ajuda na identificação precoce do autismo era impensável. Mas essa é justamente a proposta da Avaliação EarliPoint: usar tecnologia de rastreamento ocular para encontrar padrões de comportamentos comuns no transtorno do espectro do autismo (TEA) em crianças de 16 a 30 meses de idade.

Mais impensável ainda: o exame tem cerca de 12 minutos de duração e é indolor. Para sua realização, a criança é colocada para assistir a um vídeo de interações sociais em um tablet. Enquanto isso, são coletados dados visuais que comparam as reações dela com padrões de atenção esperados em crianças com desenvolvimento típico da mesma idade.

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A partir daí, é possível identificar se o comportamento está de acordo com os marcos de desenvolvimento da mesma idade ou se realmente existem comportamentos mais próximos de crianças diagnosticadas com autismo.

Serve como diagnóstico?

Apesar da novidade ser promissora, o exame não serve como diagnóstico de TEA. Mesmo com sua realização, o laudo de autismo continua sendo emitido apenas após avaliação de especialistas e uma análise cuidadosa de outros padrões de comportamento que, aí sim, vão colaborar para o parecer médico.

A avaliação Earlipoint pode, sim, servir como aliada ao diagnóstico e, consequentemente, início precoce da intervenção que vai colaborar para o desenvolvimento da criança no espectro. Ou seja, já existe motivo para comemoração.

E o Brasil?

Por enquanto, o exame é uma realidade apenas nos Estados Unidos. Sua realização foi aprovada pela FDA (Food and Drug Administration) em julho de 2023, o que autoriza a associação EarliTec, responsável pelo protocolo, a aplicá-lo em pacientes.

Vale dizer que essa é a segunda geração da avaliação. Ou seja, ela já existia, mas foi atualizada para uma nova versão. Outra informação fundamental é que o exame é patenteado e só pode ser aplicado em locais autorizados pela EarliTec nos Estados Unidos.

Ainda não existe uma previsão ou intenção de que a avaliação seja realizada no Brasil. Para isso, seria preciso que a empresa submeta-o à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para que o órgão emita uma autorização.

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Jornalista, autora do livro "Singulares - Um olhar sobre o autismo" e documentário homônimo e líder de comunidade na Genial Care.

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