20 de junho de 2024

Tempo de Leitura: 2 minutos

O cantor e compositor Chico Buarque, um dos maiores nomes da música brasileira de todos os tempos, completou 80 anos nesta quarta-feira (19). Ao longo dos anos, o músico recebeu várias homenagens e sua obra foi estudada por vários pesquisadores. Um deles é Renato Moreira, um sociólogo autista, que desenvolveu uma pesquisa de mestrado pela Universidade Federal de Goiás (UFG), na qual analisou a representação dos setores subalternos nas letras das músicas de Chico.

Sua dissertação, intitulada “A representação dos setores subalternos na obra de Chico Buarque“, aborda como o cantor retrata as classes populares em suas composições, especialmente durante os anos 1960 e 1970, período marcado pela ditadura militar no Brasil e que Chico foi opositor.

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Renato argumentou que, embora Chico tenha vindo de uma família de classe média intelectualizada, suas canções frequentemente expressam as vozes e as preocupações das classes subalternas, que foram silenciadas e marginalizadas, especialmente durante o poder dos militares, também discutindo temas como a repressão e a liberdade de expressão.

Além disso, Renato ressaltou a relevância de Chico Buarque no contexto mais amplo da música popular brasileira e sua contribuição para a construção de uma identidade nacional. Apesar das críticas e das polêmicas sobre sua relação com outros movimentos musicais, como a tropicália, Chico manteve uma forte influência na música brasileira ao integrar elementos tradicionais de gêneros como samba e choro com novas perspectivas sociais e culturais.

A pesquisa foi defendida em 2017. Na época, Renato foi o primeiro estudante autodeclarado autista a concluir um curso de mestrado na UFG. Na época, Renato disse ao Jornal Opção que somente recebeu o diagnóstico de autismo em 2013 e, na adolescência, também foi diagnosticado com TDAH. “Tenho problema em me sentir sozinho e para isso tive em minha família um grande suporte. Meu pai, minha mãe (já falecida), meu irmão: todos sempre colaboraram para me dar o apoio necessário”, contou.

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