20 de novembro de 2024

Tempo de Leitura: 2 minutos

‘Se o Ivan ficar sem observação, ele morre’,
disse Muotri sobre a gravidade do autismo de seu filho

O site da CNN Brasil e o jornal Correio Braziliense destacaram, nesta semana, a viagem ao espaço do neurocientista brasileiro Alysson Muotri, cofundador da startup de saúde Tismoo e líder do Muotri Lab, na Universidade da Califórnia em San Diego (EUA), a convite da Nasa (agência espacial dos EUA), em busca de tratamentos e até da cura para formas mais graves do transtorno do espectro do autismo (TEA). Dr. Muotri busca maior qualidade de vida para seu filho, Ivan — hoje com 18 —, que sofre com um nível mais severo da condição e requer acompanhamento constante. A ida à Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês para International Space Station) está prevista para o fim de 2025 e o início de 2026.

“Se o Ivan ficar sem observação, ele morre”, disse Muotri à CNN, enfatizando a gravidade da condição do filho. “Busco uma melhor qualidade de vida para ele. Se não encontrar a cura, que encontre algo que chegue próximo e o torne independente”. Muotri ainda ressalta que a missão é para investigar as condições mais graves do TEA, com comorbidades severas. “Funciona para todos do espectro do autismo? Não. Existem tipos de autismos ‘mais leves’, em que os indivíduos são mais independentes, para os quais o tratamento e a cura não importam”, esclareceu ele.

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Tratamento opcional

O neurocientista explicou que esses grupos de autistas com menor nível de suporte buscam inclusão social, não cura. “Há pessoas que têm direito a escolher se querem ser tratadas ou não — isso não é a minha responsabilidade. Minha responsabilidade como cientista é prover a opção do tratamento e da cura. Quem vai atrás [dessa possível cura]? Aquele que quiser ser curado, que quiser ser tratado”, completou Dr. Muotri, destacando que a “cura” ou “tratamento” jamais seria algo obrigatório, como em qualquer outra área da medicina.

O objetivo da viagem é analisar a progressão de doenças neurológicas e buscar tratamentos — ou até uma possível cura — para o Alzheimer e o TEA com maior nível de suporte. Por consequência, o estudo também analisará, para a Nasa, formas de proteger os cérebros dos astronautas, que são afetados pelas missões espaciais.

O Brasil na ISS

Muotri também revelou à CNN que fez uma parceria com a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) para que, no caso de descoberta de possíveis remédios por meio da aplicação dos bioativos da Amazônia, parte da verba da venda seja revertida para as tribos originárias que ajudaram a descobrir os fármacos e para a preservação da floresta amazônica. O cientista também procura colaboração do governo brasileiro para disponibilizar os possíveis tratamentos contra as doenças no Sistema Único de Saúde (SUS).

Leia a reportagem completa de Gabriela Piva, da CNN, neste link. E também a de João Ribeiro, no Correio Braziliense, neste outro link.

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Editor-chefe da Revista Autismo, jornalista, empreendedor.

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