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No último domingo, 7.abril.2024, no Rio de Janeiro (RJ), duas caminhadas aconteceram pelo Dia Mundial de Conscientização do Autismo: uma na praia do Leblon e outra na de Copacabana. Ambos destacaram o tema da campanha nacional deste ano: Valorize as capacidades e respeite os limites!
Como o 2 de abril caiu num dia útil, terça-feira, eventos e caminhadas foram realizados no final de semana seguinte, dias 6 e 7. Além do Rio, em SP houve manifestação e caminhada no sábado e evento de confraternização e caminhada no domingo. Eventos em prol da causa também aconteceram em outras capitais e diversas cidades do Brasil.
Leblon
Com mais de 6 mil pessoas, segundo a organização, a 11ª edição da caminhada da praia do Leblon teve início às 9h00 e encerrou-se às 12h30. “A Associação Caminho Azul e Núcleo de Estudos e Pesquisa em Autismo da Universidade Federal Fluminense (NEPA-UFF), proporcionaram atividades técnico-pedagógicas tanto para crianças como para pessoas interessadas no tema, feita por voluntários e pessoas com autismo, e consolidou a parceria que vem desde 2019, promovendo a ciência acessível para todos, em espaço não-formal (praia). A presença do Ciências Sob Tendas (também da UFF) engrandeceu essa ação. Assim, a Caminhada proporciona, além da conscientização do autismo, a consciência de que a ciência pode auxiliar o desenvolvimento de todos. A verdadeira inclusão é possível”, disse Diana Negrão Cavalcanti, da Associação Caminho Azul, mãe de autista e uma das organizadoras do evento.
“O crescimento exponencial da incidência de casos de autismo expõe a realidade que todos nós da Comunidade autista conhecemos muito bem: segundo o CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças, dos Estados Unidos), órgão de referência mundial, 1 em cada 36 crianças de 8 anos foram diagnosticadas com transtorno do espectro do autismo (TEA). Contudo , é preciso “furar a bolha” e expor esta realidade para além dos muros de nossa comunidade. Na 11º Edição, o Grupo Mundo Azul destacou a importância da inclusão dos Autistas Adultos, seja no mercado de trabalho , na universidade e na sociedade como um todo e na promoção de políticas públicas para este grupo. No que tange ao mercado de trabalho, por exemplo, já existe um contingente enorme de autistas adultos capacitados, mão de obra extremamente qualificada , sem que haja oferta neste mercado de trabalho”, argumentou Denise Fonseca, do Grupo Mundo Azul, mãe de autistas e uma das organizadoras e precursora do evento.
A caminhada do Leblon teve as seguintes atrações e serviços oferecidos gratuitamente pelos apoiadores do evento:
- Revista Autismo, que distribuiu 400 exemplares da edição 24 gratuitamente ao público.
- Caminho Azul, Nepa, Ciências Sob Tendas, UFF
- Realização de jogos, atividades lúdicas, entretenimento, divulgação do Congresso do Caminho Azul, distribuição de bandanas para pets.
- Outback:distribuição de chá gelado, viseiras e bottons
- Multiplan: distribuição de balões de gás hélio e divulgação sobre a caminhada e conscientização do autismo nas suas redes sociais.
- Secretaria Municipal de Meio Ambiente: distribuição de mudas de plantas.
- Instituto Pata Real: adoção responsável de pets.
- Secretaria de Estado de Polícia Militar do Rio de Janeiro (PMERJ): batalhão de cães adestrados e equoterapia.
- Universidade Castelo Branco: presença de professores e alunos de cursos diversos, prestação de serviços.
- Ministério Público do Rio de Janeiro e Ouvidoria Itinerante: orientação das famílias, recebimento de comunicações e prestação de serviços.
- Águas do Rio: distribuição de água durante todo o evento, além de atividades lúdicas sobre o uso consciente da água.
- Programa Patae: intervenção assistida com cães para crianças com espectro autista.
- Pet Fun, Pet Saúde, Fórmula Natural e Animal Travel: divulgação do evento nas redes sociais, Distribuição de ração animal, distribuição de peixinhos beta, sorteio de aquário, distribuição de brindes para pets.
- Prefeitura do Rio: confecção das camisas.
- Poupatempo: distribuição de 2.000 cordões de girassol e quebra-cabeça , além de informações.
- Cury Construtora: distribuição de squeezes e sacolinhas.
- Special Sports Kids: divulgação nas redes sociais, apoio e atividades lúdicas com os participantes.
- Banda Marcial dos Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil: apresentação antes do início da caminhada e formação da palavra TEA e formato de coração.
- Instituto Helena Antipoff (IHA), órgão da Secretaria Municipal de Educação, responsável pela implementação das ações da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva: atividades de comunicação aumentativa e alternativa (CAA).
- Demonstrações de Jiu Jitsu
- Fundação da Infância e Adolescência (FIA): distribuição pulseiras de identificação de crianças, cartilhas educativas sobre quebra de preconceitos, prevenção e direitos contra violência doméstica.
- Fundação Leão XIII.
Copacabana
A caminhada da praia de Copacabana, teve, segundo a organização, mais de 10 mil pessoas
O evento contou com o apoio de 15 clínicas, do Rio, além de outras que são nacionais
Houve distribuição gratuita de 1.000 camisetas, 200 fones de ouvido abafadores. “Foi uma parte bem bacana, pois, as famílias que realmente não tinham condições, puderam receber um abafador digno, um bom produto para seus filhos crianças. Além disso, nós fizemos uma tenda enorme para gerenciamento de crises com as crianças, que foi uma tenda de artes, patrocinada pela Compactor, que é a maior empresa hoje de papelaria do Brasil. A caminhada foi 100% apartidária, nós não tivemos nenhum apoio político. De fato, a ideia ali foi mostrar que a comunidade autista consegue crescer sem precisar se vender. Então foi algo fenomenal. A Cedae, fornecedora de águas do Estado do Rio de Janeiro, fez a distribuição de água mineral. Além disso, teve recreação para as crianças também, com personagens infantis, camas elásticas, além de suporte jurídico da nossa equipe de advogados”, contou Felipe Nilo, um dos organizadores do evento de Copacabana.
“O que de fato impactou muito foi ver a união das famílias ali, a união de todas as classes sociais reunidas em prol da comunidade, ver as clínicas deixando as indiferenças de lado e unindo forças para poder fazer um trabalho de conscientização impactante. O que me deixou muito feliz foi isso, ver que juntos nós somos mais fortes, que nós podemos de fato fazer uma transformação de mentalidade na vida das pessoas, que nós podemos efetivamente transformar a visão das pessoas que estão de fora do mundo do autismo, mostrando o que é autismo, um trabalho de conscientização da importância da valorização dos autistas e de respeitar seus limites.”, avaliou Felipe Nilo.