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Mulheres com TEA podem ter diagnóstico tardio e até mesmo incorreto devido a fatores biológicos e culturais. Alguns estudos indicam que o autismo acomete quatro vezes mais homens do que mulheres, mas o machismo pode estar por trás do diagnóstico tardio e do masking que mulheres autistas podem fazer para disfarçar as principais características do transtorno. Isso pode dificultar a compreensão das expressões do autismo em mulheres como características que estão de fato dentro do espectro.
Uma reportagem do UOL Viva Bem traz relatos de mulheres autistas que lidam com desafios em relação ao reconhecimento social do autismo, entre eles o machismo. Nadime Samaha, por exemplo, disse que “ficar aficcionado por algum ator, por alguma banda, por algum boyband coisa assim é ‘normal’. Agora, se o menino tem alguma fixação em algum objeto, as pessoas vão achar estranho. Então, a menina não tem hiperfoco, ela tem a paixonite; ela não tem TOC, ela é organizada”.
A psicóloga Cassandra Peron defende que é difícil encontrar uma mulher autista que teve o diagnóstico correto fechado pelo primeiro profissional. “Elas escutam que o que elas têm não é autismo, que é uma desculpa, falta de terapia. O médico diz: para de frescura, são situações que constrangem, chateiam e não ajudam em nada. Há ainda muito julgamento nesse sentido”, lamentou.