1 de setembro de 2019

Tempo de Leitura: 2 minutos

No fim de julho (25.jul.2019), a SpaceX, em missão conjunta com a Nasa (agência espacial dos EUA), lançou mais um foguete rumo à Estação Espacial Internacional (ISS International Space Station). Nesta oportunidade, porém, há algo muito valioso para a pesquisa científica a respeito de autismo e outras condições neurológicas: um experimento com minicérebros humanos do laboratório do neurocientista brasileiro Alysson Muotri, professor da faculdade de medicina da Universidade da Califórnia em San Diego (UCSD). Segundo Patrick O’Neill responsável pela comunicação da ISS, “esta foi a primeira vez que uma carga com organoides cerebrais foi lançada para a ISS”.

Objetivos

O projeto tem, em resumo, três grandes objetivos, segundo o próprio Alysson explica. O primeiro é desenvolver uma plataforma autônoma para manter esses organoides de cérebro crescendo sem intervenção humana, o que ajudará muito no trabalhos de testes para descoberta de novos medicamentos para várias condições, como o autismo. A segunda meta é descobrir se os minicérebros resistem à microgravidade. “No espaço, sabemos que eles crescerão de uma forma diferente. Seria isso uma vantagem ou uma desvantagem para o desenvolvimento do cérebro humano?”, questiona o neurocientista.

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O último e mais ambicioso objetivo é entender os impactos da microgravidade numa futura colonização do espaço pelos seres humanos. “Entendendo um possível impacto negativo, podemos trabalhar isso aqui em Terra e preparar o cérebro humano para nascer e viver no espaço”, resume Alysson Muotri. Os detalhes do experimento também podem ser vistos no site da Nasa.

Tentar cultivar organoides no espaço é, na verdade, um grande avanço. Os organoides do cérebro podem realmente fornecer informações valiosas sobre as células-tronco que podem aparecer quando você tem um bebê lá”, disse ao Spectrum News Ferid Nassor, professor assistente de células-tronco e engenharia genética no Institut Sup’Biotech de Paris (França).

A missão é a primeira de dez outras que estão planejadas para, juntas, poderem ajudar os cientistas a responder questões fundamentais sobre o desenvolvimento do cérebro e, em última análise, descobrir se as pessoas podem se reproduzir com segurança fora da Terra.

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Editor-chefe da Revista Autismo, jornalista, empreendedor.

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