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Uma pesquisa chamada A indústria do autismo no contexto brasileiro atual: contribuição ao debate, apresentada em 30 de abril, foi promovida pelo Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em parceria com a Rede Nacional de Pesquisas em Saúde Mental de Crianças e Adolescentes (Rede SMCA) e visou compreender aspectos do autismo no Brasil relacionados a serviços de saúde e eficiência das políticas públicas.
Uma reportagem da Agência Pública destacou que o investimento em Núcleos Especializados em Autismo pelo Ministério da Saúde é mencionado na pesquisa, mas o atendimento a pessoas autistas geralmente é feito pelos Centros de Atenção Psicossocial (Caps), que carecem de atenção e financiamento. A falta de direcionamento de orçamento específico para o cuidado de pessoas autistas em serviços já existentes é criticada, pois fragiliza a atenção primária e os serviços especializados.
Propostas e iniciativas de atendimento a pessoas autistas muitas vezes são usadas como tentativas de agradar eleitores e funcionam como propaganda política, mas frequentemente carecem de debates públicos e estão fora do escopo legal existente. “Há um direcionamento orçamentário e um esforço de criação de serviços que, primeiro, não necessariamente seguem um critério populacional suficiente. São serviços de alta complexidade, muito onerosos, em municípios muito pequenos que não vão ter demanda para isso. Com isso eles fragilizam, por exemplo, a atenção primária, fragilizam serviços da rede especializada, não apenas da saúde mental, mas também serviços de pediatria, de modo geral”, disse a pesquisadora Amanda Dourado.