29 de agosto de 2022

Tempo de Leitura: 2 minutos

O filósofo Luiz Felipe Pondé publicou, neste domingo (28), o artigo de opinião ‘O diagnóstico de autismo se transformou numa tendência de estilo hype‘ no jornal Folha de S.Paulo. Baseado no sucesso de Uma Advogada Extraordinária e numa suposta frase “o autismo tá bombando” que teria ouvido de um profissional, Pondé questionou a valorização do autismo e recebeu críticas de internautas.

O economista Gustavo Ioschpe disse, no Twitter, que Pondé “é um colunista eternamente adolescente, que se regojiza ao fazer ofensas pueris. Escreve sempre a mesma coisa, e escreve mal. É um mistério pra mim por que o jornal o mantém”. Também, pela mesma rede, a jornalista Andréa Werner afirmou que “a sociedade não escolheu o otimismo pra negar a teoria da mãe geladeira. Escolheu a ciência, que mostra, inequivocamente, que autismo é genético. Se você se informasse um pouco melhor a respeito, saberia disso”.

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No texto, Pondé disse que “o novo autista é um comportamento filho da diversidade psíquica, não vítima de um drama ambiental familiar gravíssimo. O sofrimento dos familiares, claro, tende a abraçar o autismo hype como forma de investimento na autoestima do grupo”. Ele também defendeu a ideia apelidada da “mãe geladeira”, dizendo que “Qual o pecado dessa teoria? O pecado está no fato de ela apontar para o ambiente destrutivo —inclusive sendo a mãe parte essencial dessa destrutividade— como causa essencial do autismo. Isso é imperdoável para uma sociedade que elegeu o otimismo como virtude cívica”.

A pedagoga Luciana Viegas, por sua vez, fez cobranças à Folha de S.Paulo pela publicação do texto. “Achar que tem direito de falar de autismo e da realidade do autismo por que assistiu UMA SÉRIE de FICÇÃO que retrata a vivencia do autismo, é irresponsável. Um intelectual como você, Pondé deveria se certificar sobre os temas que escreve e não levar desinformação”, disse ela. Já o jornalista Tiago Abreu argumentou que “O artigo publicado pelo Pondé hoje na Folha sobre autismo poderia ter ido na direção de falar sobre a comoditização do autismo, que é um tema já bem conhecido e estudado – mas prefere abraçar a ideia de mãe-geladeira que já foi abandonada há pelo menos 50 anos”, lamentou.

Pelo Instagram, Alpin Montenegro disse que “Autismo não é um mal causado pelo comportamento de uma mãe. O único mal que existe aqui é o desrespeito e o preconceito contra nós, autistas e mães atípicas aliadas à luta contra essas falácias criadas por uma sociedade que insiste das mais variadas formas em nos violentar”.

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