15 de setembro de 2010

Tempo de Leitura: 2 minutos

O Autismo Infantil foi descrito inicialmente por Kanner em 1943 quando ele identificou crianças apresentando prejuízos nas áreas da comunicação, do comportamento e da interação social, e caracterizou essa condição como sendo única e não pertencente ao grupo das crianças com Deficiência Mental.

Propôs o nome de Autismo para chamar a atenção para o prejuízo severo na interação social que era muito evidente desde o início da vida desses pacientes.

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Deixou claro que, embora a causa dessa condição não fosse conhecida,  acreditava que o ambiente desfavorável seria o responsável. No mesmo trabalho, entretanto, refere-se que, em alguns casos, o transtorno era tão precoce que não haveria tempo para a interferência do ambiente a respeito da criança, de modo que poderia haver uma etiologia biológica.

Um ano após a descrição de Kanner outro médico austríaco, Asperger, descreveu crianças semelhantes às descritas por seu colega,  mas que eram,  aparentemente, mais inteligentes e sem atraso significativo no desenvolvimento da linguagem. Esse quadro foi mais tarde denominado de Síndrome de Asperger.

Com o passar do tempo e maior conhecimento a respeito desse tipo de condição, surgiu a denominação de Transtornos Globais ou Invasivos do Desenvolvimento (TGD) que incluía, além do Autismo e da Síndrome de Asperger a Síndrome de Rett e o Transtorno Global do Desenvolvimento Sem Outra Especificação (TGDSOE).

A síndrome de Rett é uma entidade inteiramente diversa das demais, de modo que em breve será retirada deste grupo.

Mais recentemente cunhou-se o termo Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) para englobar o Autismo, a Síndrome de Asperger e o Transtorno Global do Desenvolvimento Sem Outra Especificação.

As mais recentes estatísticas, realizadas em várias partes do mundo, referem prevalência dos TGD como sendo de 1:160 indivíduos, número muito superior aos citados em décadas anteriores e que suscitou a hipótese de que estaríamos vivendo uma epidemia de autismo.

A mais provável explicação para este aumento no número de pessoas identificadas é o maior reconhecimento dessa condição e, acima de tudo, a maior abrangência do conceito dos TGD.

Outro dado relevante é que os TGD afetam mais os meninos na proporção de 4 meninos para 1 menina. Sabemos hoje que a causa dos quadros dos TGD é multifatorial dependendo de fatores genéticos e ambientais.


José Salomão Schwartzman é médico neuropediatra, doutor em Neurologia, professor titular do programa de pós-graduação em Distúrbios do Desenvolvimento da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Também é editor científico da revista Temas sobre Desenvolvimento.


CONTEÚDO EXTRA

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