1 de dezembro de 2021

Tempo de Leitura: 2 minutos

O autismo é um alvo em movimento. A frase não é minha, é do neurocientista brasileiro Alysson Muotri, da Universidade da Califórnia em San Diego (EUA), ao falar sobre a definição de autismo.

Nesta edição, trazemos uma atualização (ainda que possa parecer até mesmo tardia) da CID — que tem um nome oficial grande e pomposo: “Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde” — da versão 10 para seguinte, a CID-11, a partir de janeiro de 2022.

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E o que uma coisa tem a ver com a outra? Muito. A CID, feita pela Organização Mundial da Saúde (OMS), é o instrumento oficialmente utilizado no Brasil para “codificar” as condições de saúde e causas de morte. Portanto, diagnósticos de autismo e síndromes relacionadas vêm da CID, principalmente se estivermos falando de saúde pública e de questões oficiais. Ainda que muitos psiquiatras, por exemplo, utilizem já há alguns anos os critérios diagnósticos do DSM (Manual de Diagnóstico e Estatística dos Transtornos Mentais) — que é da Associação Americana de Psiquiatria — na hora de fazer o laudo, só tem valor no Brasil se contiver o código da CID.

E, com a mudança da sua versão, atualizam-se todos os códigos envolvendo diagnósticos de autismo e de síndromes relacionadas ao espectro. Aliás, oficialmente, somente agora passa a “não existir” a síndrome de Asperger, por exemplo, como um diagnóstico na CID e o autismo passa a, enfim, ter o nome técnico de “Transtorno do Espectro do Autismo” (TEA), o qual já utilizamos no dia a dia desde 2013 (após a quinta atualização do DSM).

Na prática, muito pouco muda. Mas agora alinhamos os dois principais “guias” de diagnósticos médicos para o “guarda-chuva” de diagnósticos que passou a ser o TEA, não só unificando códigos, mas unificando direitos, ativismo, conscientização e o reconhecimento de que autismo é uma questão muito mais comum do que se pensava a cada década do passado.

Mas não é só isso que tem nesta edição. Tem muito mais e vale a pena esmiuçar cada página desta Revista Autismo. E que você tenha um ótimo 2022!

 

(Este foi o editorial da Revista Autismo nº 15, para o trimestre de dezembro/2021 a fevereiro/2022 — veja aqui o índice da edição completa ou baixe a versão digital neste link)

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Editor-chefe da Revista Autismo, jornalista, empreendedor.

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